Ostensivo, perigoso, carregado de sexualidade, o corpo é recoberto culturalmente, século após século, a roupa destina-se a purificá-lo dos seus pecados naturais e a dotá-lo de uma familiaridade inócua, socialmente partilhável. Mas este é um campo muito complexo, pois a purificação não elimina por completo o natural, a exposição - socialmente regulamentada - de partes do corpo. Supostamente perigoso armazém de sexualidade e de subversão, o corpo deve ser revestido de roupa ou confinado a espaços nos quais, parcial ou totalmente desnudo, exponha a nudez dentro de limites toleráveis e socialmente aceites. Nestes espaços restritos - que não são propriamente populares - é como se o corpo, não estando vestido, fosse suposto está-lo, é como se o instinto pudesse ser ocultado estando exposto. As piscinas e os campos de nudismo são exemplos.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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