Através do seu presidente, Afonso Dhlakama, a Renamo decidiu que as eleições gerais de Outubro de 2015 foram fraudulentas. Aliás, nas eleições gerais de 1994, 1999, 2004 e 2009 decidiu o mesmo. Tal como exigiu que a Renamo esteja representada em todos os órgãos das forças de defesa e segurança, Dhlakama exigiu um governo de gestão, no qual o seu partido esteja incluído. A exigência do governo de gestão não foi aceite pelo Estado. Os deputados da Frelimo e do MDM já tomaram posse na Assembleia da República, o governo já foi formado. Enquanto isso, de comício em comício, Afonso Dhlakama afirma que vai formar a República do Centro e Norte de Moçambique, tendo-o como presidente. A promessa deste seccionismo regional é acompanhada da permanente e rude declaração de que a Frelimo vai ter de se ajoelhar perante ele e o seu partido. O presidente da Renamo não fala em guerra - ele, que é especialista em guerrilha -, mas todos os seus comícios são poderosos estímulos à desobediência civil, são uma permanente flagelação de guerrilha discursiva no dorso do Estado, criando preocupações a esse Estado, aos Moçambicanos em geral, ao grande Capital internacional com interesses no país e às missões diplomáticas locais. Provavelmente os 89 deputados da Renamo não tomarão posse na Assembleia da República (pelo menos tão breve) e Dhlakama poderá formar, de facto, um governo paralelo, ampliando a concepção antiga do seu governo sombra. Resta saber como poderá semelhante governo funcionar. Estamos, assim, nesta dura luta por recursos de poder e prestígio, perante as trombetas do síndrome de um país onde neste momento há dois governos e dois parlamentos: a Líbia. Trombetas que, retinindo aqui, ferem gravemente a Constituição e a Nação.
Adenda às 10:37: confira a mais recente postagem deste diário aqui.
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1 comentário:
Nao basta ser mamparra, tem que demonstrar.
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