10 junho 2013

Luta política: a Pasárgada da Renamo (8)

Oitavo número da série, sempre trabalhando com hipóteses. Prossigo no primeiro ponto de um sumário proposto aqui(1) A polifonia da guerrilha e o boicote eleitoral. Apresentei no número anterior quatro exemplos do que a Renamo chama "acção de pressão", a saber: 1. Ameaça de retorno à guerra, 2. Ameaça de boicote eleitoral ou boicote eleitoral consumado, 3. Boicote a decisões na Assembleia da República, 4. Pressão multifacetada sobre o (s) adversário (s) para obter acordos privados e bonificados. Passo de imediato ao primeiro ponto: 1.1. Ameaça de retorno à guerra. O regresso do presidente da Renamo à Gorongosa é bem mais do que a busca idílica de uma vida espartana, fora dos luxos urbanos de Maputo; é bem mais do que o acto de um maluco, de um inconsequente ou de um psicopata, como certos círculos gostam de o apelidar. É, antes, a lógica do regresso ao acto fundador da guerrilha de muitos anos, agora que (1) estamos vizinhos das eleições, (2) exibimos as nossas riquezas naturais ao grande Capital e (3) multiplicam-se os movimentos sociais. É, enfim, a lógica de um regresso ao passado para assegurar a Pasárgada (tempo haverá para me fazer explicar). Se não se importam, prossigo mais tarde.
(continua)

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