Décimo quinto e último número da série. A quarta e última questão, com o terceiro e último respondente, a saber:
Carlos Serra: Há alguma pergunta que deveria ter feito e não fiz? Caso sim, pode formulá-la e responder-lhe?
Mabel Serra (mestrada em Desporto para Crianças e Jovens). Por que é que se aponta o dedo ao treinador quando os resultados não são satisfatórios? Em desportos em que o resultado pode mudar nos últimos segundos como é o caso do basquetebol a decisão do treinador pode torná-lo um herói ou o inverso… Eis a decisão possível: a sua equipe perde por um ponto, pede uma substituição e faz entrar um jogador que não é dos mais habilidosos, o que provoca um burburinho de desaprovação dos adeptos… porém, para ele treinador, é como se fosse o último trunfo; é que em momentos como esse é preciso ter a “cabeça fria” e esse jogador consegue manter-se calmo em situações de grande pressão e quando entra já sabe o que se espera dele… e imaginem só que como num passe de mágica, ele inverte o resultado! Os adeptos levantam-se com gritos de alegria e, se podem, invadem o campo. Temos dois heróis - o treinador que segundos antes foi vaiado e o jogador em quem não confiavam!... O inverso pode acontecer e aí teríamos um ou dois bodes expiatórios. É que alguém tem que carregar com a culpa e se não é o treinador, pode ser o árbitro… Enquanto o árbitro é facilmente esquecido já o mesmo não acontece com o treinador sobretudo quando as expectativas são grandes. Vejam o caso do treinador da seleção nacional… Deixámos nas mãos dele o nosso sonho e ele é suposto tê-lo destruído! Contratámo-lo como um profissional e tratámo-lo como um mágico!...Mas afinal, foi ou não contratado pela sua competência espelhada no currículo e respectivos comprovativos? Procurámos (ou não!) informação paralela? O certo é que lhe atribuímos um salário de príncipe para além de outras mordomias. Acompanhámos de perto o seu trabalho? Proporcionámos-lhe as condições de trabalho necessárias? Foi ele o culpado, ou não, o que importa é agir rápido para acalmar os ânimos. Ainda a respeito do desenvolvimento motor gostaria de poder acrescentar algo. Quando se trata dos jogos desportivos colectivos do qual faz parte o futebol, é fundamental que esse desenvolvimento motor tenha ocorrido através de contextos do tipo resolução de problemas. É importante que o atleta seja, do ponto de vista técnico, um virtuosista? Se o é, não menos importante ou até mais, que ele a utilize para responder a problemas do jogo e em tempo curto o que exige antecipação. Motivo desta série aqui, cartun reproduzido daqui.
(fim)
1 comentário:
Parabenizo os entrevistados.
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