Na última página do semanário "Savana" existe sempre uma coluna de saudável ironia que se chama "À hora do fecho". Naturalmente que é necessário conhecer um pouco a alma da vida local para se saber que situações e pessoas são descritas. Desde já, um aperitivo:
* Estando em marcha a aprovação do novo código penal que, entre outras coisas, despenaliza o aborto, a igreja católica e os seus apaniguados aumentam o lobby para tentar travar o vento com as mãos. Esta semana, numa pérola histórico-ideológica digna de registo, o bispo de Maputo veio dizer: “o aborto não é nosso”...
* Estando em marcha a aprovação do novo código penal que, entre outras coisas, despenaliza o aborto, a igreja católica e os seus apaniguados aumentam o lobby para tentar travar o vento com as mãos. Esta semana, numa pérola histórico-ideológica digna de registo, o bispo de Maputo veio dizer: “o aborto não é nosso”...
2 comentários:
..."Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém. A ninguém darei por comprazer, nem remédio mortal nem um conselho que induza a perda. Do mesmo modo não darei a nenhuma mulher uma substância abortiva..." extracto do juramento original de Hipócrates.
""Eu, solenemente, juro consagrar minha vida a serviço da Humanidade.
Darei como reconhecimento a meus mestres, meu respeito e minha gratidão.
Praticarei a minha profissão com consciência e dignidade.
A saúde dos meus pacientes será a minha primeira preocupação.
Respeitarei os segredos a mim confiados.
Manterei, a todo custo, no máximo possível, a honra e a tradição da profissão médica.
Meus colegas serão meus irmãos.
Não permitirei que concepções religiosas, nacionais, raciais, partidárias ou sociais intervenham entre meu dever e meus pacientes.
Manterei o mais alto respeito pela vida humana, desde sua concepção. Mesmo sob ameaça, não usarei meu conhecimento médico em princípios contrários às leis da natureza.
Faço estas promessas, solene e livremente, pela minha própria honra." extracto de Declaração de Genebra 1948 para melhor contextualização social do juramento de Hipocrates.
Entendo que do próprio juramento de Hipócrates decorre que o aborto é o recurso médico apropriado e pode ser executado quando a gravidez é de risco para a saúde ou tenha sido adquirida por inseminação artificial ou natural (violação sexual) forçada. por isso não sei bem o que se pretende com a lei da despenalização do aborto.
Legalizar, licenciar o aborto? No nosso contexto sócial, económico e cultural?
Ora aqui está, em certas coisas os de fora são nossos, noutras são estrangeiros. "É ou não é?"
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