05 junho 2012

Francisco Chimoio e os milagres

Arcebispo da Arquidiocese de Maputo, Dom Francisco Chimoio, referindo-se aos supostos milagres das igrejas que cobram dízimos: "Digo mais, se esses meus irmãos dizem que curam, porque é que não entram nos hospitais e curam todos doentes acamados? Se eles são os detentores do milagre porque não fazem isso e colocam toda gente saudável? Se eles não fazem isso é porque não o conseguem e o povo continuará a ser enganado. Eles não curam nada. Na verdade é uma farsa e todos os dias estão a enganar as pessoas. (...) Ora, isto é que é um verdadeiro teatro. Vocês da Imprensa devem desmascarar e denunciar isto porque é tudo mentira. Sinto pena do meu povo e não pode continuar a aceitar ser enganado desta maneira." Aqui.
Adenda: sugiro leiam um trabalho com o título "Os milagres e as leis do mercado" aqui e estoutro com o título "Charlatães, macumbeiros e curandeiros" aqui.

5 comentários:

Salvador Langa disse...

A malandragem que explora crédulos.

nachingweya disse...

"O que me preocupa não é o grito dos maus; é o silêncio dos bons" [Martin Luther King]
Dom Chimoio quebrou o silêncio dos bons. Haverá outros?

ricardo disse...

Algumas verdades. E muita dor de cotovelo...Ninguem e inocente neste negocio de apascentar almas.

A Historia revela.

Tomás Queface disse...

Eu vejo estes pronunciamentos do seguinte modo: primeiro como desespero do Dom Francisco. As igrejas evangélicas, aquelas que ele denomina de falsas, estão a registar um maior fluxo de novos crentes a cada dia que passa, isto de certa parte como resultado da fuga de crentes da igreja católica.
Segundo, ele coloca uma condição para que uma igreja do tipo IURD seja validada: "colocar toda a gente saudável". Caso não curem os doentes, então são falsas. Ora, curar a todos é algo tão improvável para a igreja assim como para a medicina tal como é para a ciência. E por fim, trata as pessoas (os crentes dessas igrejas) de infantis, que precisam ser guiadas por visionários, e consciencializados da sua situação de cegueira colectiva. Na verdade, o que está acontecer é que as igrejas evangélicas estão a conseguir responder as preocupaçõest da maioria. Não podemos apenas nos limitar olhando em determinados aspectos. É necessário também demonstrar seu papel positivo na socieced.

Anónimo disse...

Acho que nem todos sao inocentes... Mas felizmente há uns mais inocentes que outros. Quanto à dor de cotovelo... acho que qualquer opiniao emitida por um lider espiritual de uma igreja "concorrente" pode ser interpretada dessa maneira. O que nao quer dizer que ele nao esteja a dizer a verdade.
Já quanto às actividades positivas das igrejas evangelicas, certamente as há e eu acredito que muitas (educação para o trabalho, escolas tecnicas luta contra a droga, prostituição, etc).
Mas não é por elas terem partes positivas que nao podemos criticar as negativas. E essa forma de fazer o proselitismo que usam, especialmente a IURD e IMPD e outras igrejas é simplesmente inaceitável. Vejamos que eles afastam as pessoas moçambicanas,dos hospitais. As crenças dos moçambicanos já não os incentivam a procurar ajuda para a saude nos hospitais. Primeiro procuram no curandeiro antes de ir ao médico e com a publicidade enganosa que estas igrejas fazem, reforçam esses comportamentos negativos, porque eles usam tecnicas de presuação muito fortes e escudadas na CIENCIA, que eles combatem.
Ademais, algumas dessas igrejas estão conotadas com falcatruas maiores (traficos de muitas coisas, incluidas as influencias politicas. E em Moçambique não são excepção) e isso não sou eu que estou a dizer, mas os meios de comunicação dos paises de onde elas vêm... Por isso nao sei porque temos que defendê-las e acusar os que denunciam estas situações.
Finalmente, não é por muita gente comer todos os dias as comidas rápidas que podemos concluir que ela é boa. E podemos ver que estas comidas estão muito enraizadas nos paises que hoje se debatem com os problemas de obesidade.
Acho que apesar de poder ser conotada, como esta sendo como uma atitude interessada, foi bom o Dom Chimoio falar sobre este assunto que já cheira mal.