O atarefado e carregado jovem das imagens - por mim ontem fotografado na cidade de Maputo - é apenas um dos muitos que tem no comércio de garrafões de plástico de água mineral a base do seu sustento, no caso vertente garrafões vazios de cinco litros. O circuito inclui empregados domésticos e guardas privados, que podem vender os garrafões por três meticais cada um. A segunda fase consiste, por exemplo, na venda de cada garrafão por cinco meticais a uma mamana dos dumba nengues ou das barracas. Na terceira fase, a mamana vende-o com óleo ou petróleo. Acresce que o lixo da cidade de Maputo é cada vez mais sujeito a uma busca e a uma inspecção minuciosa por parte dos catadores, em busca do que comer e vender. Se quiser ampliar as imagens, é só clicar sobre elas com o lado esquerdo do rato.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
07 julho 2010
O vendedor de garrafões de plástico
O atarefado e carregado jovem das imagens - por mim ontem fotografado na cidade de Maputo - é apenas um dos muitos que tem no comércio de garrafões de plástico de água mineral a base do seu sustento, no caso vertente garrafões vazios de cinco litros. O circuito inclui empregados domésticos e guardas privados, que podem vender os garrafões por três meticais cada um. A segunda fase consiste, por exemplo, na venda de cada garrafão por cinco meticais a uma mamana dos dumba nengues ou das barracas. Na terceira fase, a mamana vende-o com óleo ou petróleo. Acresce que o lixo da cidade de Maputo é cada vez mais sujeito a uma busca e a uma inspecção minuciosa por parte dos catadores, em busca do que comer e vender. Se quiser ampliar as imagens, é só clicar sobre elas com o lado esquerdo do rato.
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2 comentários:
Muito interessante Prof. De facto a necessidade e dificuldade, ensina-nos que tudo tem utilidade. Imagine, quanto o proprietário(a) de um restaurante, loja, barraca, gestores de instituições públicas, donas de casa, poderia ganhar com sobras, e não restos como se têm dito, dos produtos, utensílios de suas actividades, em vez de atirados ao lixo, fossem reciclados ou dericionados para outras actividades? A bola está do nosso lado enquanto sociedade, pois, temos de edcucar as crianças a fazerem a gestsão das sobras, pois assim param além do meio ambiente, também sairemos vencoderes enquanto humanidade.
Aqui temos mais um caso de empreendederismo nacional.
Aqui temos um daqueles casos em que os 7 milhoes se aplicariam muito bem naqueles que estao disposto a fazer a diferença.
Fazer a diferença deve ser o lema. Usar garrafas utilizadas para promover um negócio rentável ao país e ao vendedor em particular é o que muitos ocisos deveriam fazer.
Isto é que se chama empreendedorismo nacional. Não é corrermos para construirmos coisas tao altas para durar meia dúzia de meses. Eu gostei da postagem.
A ideia desse jovem alegrou-me. Aqui fica o meu reconhecimento. Fazer arte é isso mesmo, é materializar o olhar e colocar as ideias em prática. A vergonha não alimenta o estomago.
Um parte.
Ha dias perguntei a professor da Universidade de Evora qual era o papel de um cidadao? Ele respondeu-me mais ou menos o seguinte:
"temos que procurar ser todos sociologos, sem deixar de lado as suas formaçoes iniciais." Perguntei-lhe porquê? Respondeu-me "Para fazermos comparaçoes e diagnosticarmos o social. Um sociologo é um excelente clinico." Rematou. E eu atorizo-me a acrescentar "Um sociologo é a lampada no escuro."
ZICOMO
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