17 fevereiro 2010

Do cesarismo em Moçambique (6)

Prossigo a série.
Podemos encontrar muitos exemplos de cesarismo, a vários níveis. Por exemplo, Afonso Dhlakama é pródigo em atitudes cesaristas.
O fundamental do cesarismo é o césar surgir em momentos decisivos, de exigência de soluções fortes, drásticas, de necessidade de um empurrão no curso da história. Não é tanto o carácter arbitral do cesarismo que importa (tal como escreveu Gramsci), quanto a arbitrariedade decisional, pessoal, independente dos colectivos e das decisões colegiais.
Quanto mais fracos forem os laços institucionais, quanto mais disseminado for o reverencialismo popular, mais forte é o cesarismo.
Pergunta: pode o leitor apresentar um contra-argumento?
(continua)

3 comentários:

Abdul Karim disse...

Vamos construir um pais melhor,
Vamos construir uma nacao,
Vamos sonhar um ideal,
Vamos viver esse ideal,

Vamos construir um pais melhor,
Vamos construir uma nacao,
Vamos transformar o sonho,
Vamos criar vida,

Vamos construir um pais melhor,
Vamos construir uma nacao,
Vamos sonhar um ideal,
Vamos viver esse ideal,

ricardo disse...

Pressinto que o Prof. nos esta a sugerir que se trata de alguem providencial. Mas:

Nesse caso, Salazar, Honecker nao seriam cesaristas. O que eu duvido.

Os lacos institucionais a que se refere jamais serao entre os Tres Poderes da Nacao. Apenas entre hierarquias de poder. Mas seria contraditorio, porque tanto Honecker, como Salazar velavam pelo reforco da Instituicao, logo estimulando hierarquias de poder. Todavia, Salazar esvasiava o significado dos Tres Poderes, e Honecker confundia-os num so.

Reflectindo disse...

Grande exercício para a reflexão. Muitas hipotéses e o Ricardo evitou que nos limitássemos.

Ora, reverencialismo popular chamariamos ao que em nossa linguagem popular chamamos por lambebotismo? A ser esse comecei por reflectir sobre o que temos chamado por atitudes cesaristas de Dhlakama. Qual é o papel dos reverenciadores? Os reverenciadores são consequentes?