Tendes aí uma pergunta completamente dramática, não é? Uma parte de nós gravita em torno da democracia eleitoral, uma parte de nós talvez faça dela, dessa democracia eleitoral, a democracia em si. Por outro lado, aqui, na internet, encontramos montes de respostas salutares e digestivas à pergunta. No que me concerne, como não sei o que é democracia, tentarei responder-lhe, naturalmente que de forma muito pouco ortodoxa. Vão aguardando, pode ser? E, já agora, vão pensando na pergunta e na resposta do perverso cartoon em epígrafe, nos muitos ditadores e nas muitas ditaduras que nos fazem habitar desde que nascemos.
(continua)
4 comentários:
"Para manter o poder que a "libertação" nacional põe nas suas mãos a pequena burguesia só tem um caminho:
deixar agir livremente as suas tendências naturais de emburguesamento, permitir o desenvolvimento duma burguesia burocrática, e de intermediários do ciclo das mercadorias, transformar-se em pseudo-burguesia nacional,
isto é,
negar a revolução e enfeudar-se necessariamente ao capitalismo imperialista"
Amílcar Cabral
Nota: as aspas em "libertação" são minhas.
mantermo-nos no poder com a forca das armas, ainda que sem usa-las, e usa-las so quando o necessario,sendo necessario quando a escolha 'e qualquer outro que nao nos, que temos as armas.
> Nada mais real: "Democracia é a liberdade de elergermos os nossos próprios ditadores"
> Temos duas formas de Democracia:
(i) DEMOCRACIA REPRESENTATIVA (Parlamentar), aquela em que temos a liberdade de votar para a eleição dos "nossos próprios ditadores".
> Ao exercermos democraticamente o direito de eleger, ligitimamos a "ditadura" dos eleitos, ou seja: exercemos a democracia na escolha, mas nada nos garante que os escolhidos a venham a adoptar como método de trabalho.
(ii) DEMOCRACIA PARTICIPATIVA, aquela que exercemos através das diferentes organizações da sociedade civil, ou seja:
> Temos o direito de nos associarmos, de expressarmos nossos pontos de vista,... mas, a DEMOCRACIA DEPRESENTATIVA /Parlamentar, é livre de lhe dar ouvidos, ou não, no exercício das suas funções; em regra, ouve pouco!
> Estamos condenados a, DEMOCRATICAMENTE, continuarmos a passar cheques em branco aos que elegemos. Damos-lhes o PODER de legislar, regulamentar, executar e fiscalizar.... resta-nos, de quatro em quatro anos, tentarmos corrigir a pontaria, "acertando" noutros.
> Precisamos de um maior diálogo entre a Democracia Representativa /Parlamentar e Participativa /sociedade civil ..., mas as tentações de quem chega ao Poder dificultam o diálogo.
AM
Muito obrigado pelas contribuições. Bem, tentarei produzir algumas modestas ideias nesta série, certamente sem interesse.
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