05 abril 2009

O problema político de Nacala-Porto

A Rádio Moçambique (RM) dedicou hoje bastante tempo ao problema da gestão municipal de Nacala-Porto no seu noticiário das 19:30. Amanhã, perante Lucas Chomera, ministro da Administração Estatal, é a cerimónia de investidura do novo edil, Chales Ossufo do partido Frelimo, que substitui Manuel dos Santos da Renamo. Enquanto isso, membros séniores deste partido na oposição continuam a afirmar que o município não será entregue à Frelimo e, hoje, em conferência de imprensa em Nacala, porta-vozes seus afirmaram que ninguém da Renamo vai amanhã tomar posse. Hoje ainda realizou-se na cidade de Nampula uma manifestação dita da "sociedade civil" para, de acordo com a RM, protestar contra a posição de Afonso Dhlakama, presidente da Renamo, segundo a qual fixou residência em Nampula "para salvar o povo macua da escravatura". Por seu lado, um representante da Renamo considerou a manifestação obra da Frelimo e disse que Dhlakama não era apenas salvador de Nampula, mas de todo o país. Finalmente, um jornalista da RM afirmou que o ambiente de Nacala-Porto é calmo, mas a cidade - acrescentou - está fortemente policiada, com a presença de carros de assalto da Força de Intervenção Rápida.

7 comentários:

Anónimo disse...

Professor,

e assim vai ser.

carros de assalto, intervencao rapida, chamboco e operacao producao. quem falar vai ser fuzilado em asta publica. e se for preciso mesmo, vai morrer tambem o filho do Padre.

Se for preciso a FRELIMO vai matar. as FIR vao atacar.

Estamos ainda ha alguns meses das eleicoes.

e sao BANDIDOS.


MZ

Shirangano disse...

Já é altura para o Estado, e não a FRELIMO, fazer o uso do seu “ JUS PUNIENDI” para punir qualquer malandro que queira a proveitar-se da situação para desestabilizar o município de Nacala-Porto.

Reflectindo disse...

Por onde anda essa sociedade civil quando uns andam invalidar votos? Por onde esse Estado se não tudo Frelimo quando há criminosos eleitorais? Por onde onda essa sociedade civil quando há massacres? Eu concordo que o que aconteceu em Nampula é obra da Frelimo e não foi contra Afonso Dhlakama mas contra a democracia. Ouvi pela RM que religiosos em Nacala condenavam a atitude da Renamo em não querer entregar as chaves, até aí tudo bem, mas porque não falaram das fraudes e impunidade dos fraudulentos. Há quem não entendem que os desestabilizadores são os fraudulentos? Será que fácil invalidar votos e deixa-los como são?

É preciso termos atencão. Manuel dos Santos agiu prudentemente, congratulei-lhe. É preciso evitar este JUS PUNIENDI, que nada mais significa que chacinas, execucões súmárias, contra meus próprios familiares. Mas há falta de prudência por parte da Frelimo-Estado e de alguns defensores destes criminosos. Por onde anda a Procuradoria da República???

Eddy disse...

Tão Actual!

Em Portugal não há ciência de governar nem há ciência de organizar oposição. Falta igualmente a aptidão, e o engenho, e o bom senso, e a moralidade, nestes dois factos que constituem o movimento político das nações. A ciência de governar é neste país uma habilidade, uma rotina de acaso, diversamente influenciada pela paixão, pela inveja, pela intriga, pela vaidade, pela frivolidade e pelo interesse. A política é uma arma, em todos os pontos revolta pelas vontades contraditórias; ali dominam as más paixões; ali luta-se pela avidez do ganho ou pelo gozo da vaidade; ali há a postergação dos princípios e o desprezo dos sentimentos; ali há a abdicação de tudo o que o homem tem na alma de nobre, de generoso, de grande, de racional e de justo; em volta daquela arena enxameiam os aventureiros inteligentes, os grandes vaidosos, os especuladores ásperos; há a tristeza e a miséria; dentro há a corrupção, o patrono, o privilégio. A refrega é dura; combate-se, atraiçoa-se, brada-se, foge-se, destrói-se, corrompe-se. Todos os desperdícios, todas as violências, todas as indignidades se entrechocam ali com dor e com raiva. À escalada sobem todos os homens inteligentes, nervosos, ambiciosos (...) todos querem penetrar na arena, ambiciosos dos espectáculos cortesãos, ávidos de consideração e de dinheiro, insaciáveis dos gozos da vaidade. "


Eça de Queiroz, in "Distrito de Évora" (1867)

OBS.: Onde se lê Portugal lea-se Moçambique.

Anónimo disse...

É um facto que o Governo vai conseguir controlar mais uma tentativa de desobediencia civil.Agora, esta RENAMO está moribunda,não é a mesma que em 1992 o seu líder enitiu uma ordem para parar a guerra e...parou mesmo.A.Dlakama se o tentar fazer hoje, não será ouvido.A RENAMO hoje é mais perigosa para a paz, assim distorcida, descomandada, J,Chissano lá sabia a razão de engolir alguns sapos do seu "irmão" Afonsinho.Queiramos não, queiramos sim, ele afinal de contas é uma referencia para muitos moçambicanos, quae metade do eleitorado...é muita gente, entre oito milhões de eleitores.O governo tem que estar atento ao rastilho, porque existe e tentar corta-lo antes de pegar fogo. PROFESSOR: tente numa manhã sair a rua e perguntar aos jovens de 18 anos : habilitações academicas? a maioria dirá décima segunda classe. Onde trabalhas? não trabalho. Qual o teu primeiro emprego? nunca tive. Este é que é o grande perigo para a estabelidade do país....um exercito de sem esperança. Uma RENAMO desgovernada como está pode agitar,e ela sabe disso...

Anónimo disse...

A RENAMO JÁ NÃO EXISTE É UM CADAVER FEDOLENTO QUE O DIGAM OS QUE ASSISTEM AS SAIDAS E DESACREDITAÇÃO CRESCENTE PELOS SEUS MEMBROS E A SOCIEDADE EM GERAL.

MAXANGO

Anónimo disse...

A Renamo não está destruída, foi fragilizada, primeiro pelos seus líderes miópes, segundo pelas interferencias externas: Os da Frelimo que constantemente nos bombardeam há anos com os epítetos de Renamo sem programa, sem rumo,sem norte, etc etc foi fazendo o seu efeito dentro da maxima goeblessiana de repetir um refrão até se embrenhar no subconsciente. Contudo, a despeito de estar frafilizada, pelo menos 2 a 3 milhoes de habitantes deste pais têm simpatias para com este partido pelo que não devemos menosprezar esse facto, muito menos os nossos governantes. Todos sabemos que na Pereira do Lago se jurou que a Renamo estaria liquidada até 2009 e suponho que usaram todas as armas para que esse objectivo fosse alcançado- a questão Deviz está dentro desse alvo. Tudo bem, resta nos desejar aos antigos beligerantes para que em primeiro lugar ponham a estabilidade do pais e a paz em primeiro lugar. Não queremos mais guerras.