09 abril 2009

Informais em força nos passeios e nas ruas

Em 2007 e 2008 houve, na cidade de Maputo, lutas duras entre a polícia (mais os cães-polícias) e os vendedores ambulantes (os guerrilheiros do informal, como um dia lhes chamei). Recorde aqui, aqui, aqui e aqui.
Mas essa luta parece ter terminado, com um lado vitorioso, o dos informais, que regressaram em força aos passeios e às ruas especialmente após a mudança de edil. Na baixa da cidade, há ruas e passeios literalmente tomadas de assalto: veja-se, por exemplo, a Fernando Magalhães. Na parte alta, os vendedores reocuparam, por exemplo, o passeio frontal à Escola Comercial na 24 de Julho e parece terem decidido fazer o mesmo ao passeio frontal ao Palácio dos Casamentos na Julius Nyerere.
Enquanto isso, julgo que é agora maior a legião de crianças de rua e de pedintes em certas artérias vitais, seja na baixa seja na alta da cidade, cidade onde cada dia há mais buracos no asfalto.

3 comentários:

Anónimo disse...

> Problemas económicos, estruturais,como é a economia informal, não se resolvem com medidas administrativas..., cosméticas,"para inglês ver" ...

... que Simango tenderá a atenuar com a proximidade de eleições.

> Políticas económicas e sociais realistas: PRECISAM-SE!!

AM

Anónimo disse...

As grandes cidades dos paises do " terceiro mundo " ( será que não descemos para o quarto? ) enfrentam problemas graves. A emigração campo- cidade faz com que seja díficil prover a vaga de " chegantes " do básico para viver num espaço urbano ou peri-urbano. A invasão de informais nas artérias da cidade, provenientes do todo o pais com incidencia para os das provincias da Zambezia, Gaza e Inhambane, prova que o slogan do governo de eliminação da pobreza ainda é uma falácia. Apesar do quadro macro ser desfavorável aos gestores e planificadores urbanos, urge que se tomem medidas administrativas
( enquanto os verdadeiros problemas estruturais se resolvem a jusante )adequadas e atempadas para as nossas cidades não virarem uma selva de asfalto. Exemplificando: não é problema estrutural um individuo adulto urinar em plena hora de ponta nos separadores da Av eduardo Mondlane, 24 de Julho , 25 de Setembro etc; Não é problema estrutural o C. Municipal não intervir duramente contra os vendedores de alimentos que o fazem sem obdecer as regras minimas de higiene em tempo de cólera, isso é crime, crime que deve ser punido para salvaguardar a saude dos incautos; Não é problema estrutural deixar os dumba nengueiros tomarem conta de todos os passeios da cidade enquanto os mercados andam as moscaS;não é problema estrutural quando permitimos o surgimento de lupanares, barracas e quejandos ao lado de creches e escolas primárias. Quanto a mim, a despeito do desemprego, emigração campo cidade, etc etc, falta é um punho de ferro para meter as coisas na ordem devida. Sem ordem não haverá progresso e desenvolvimento, as gerações vindouras irão considerar que este é o modus vivendi. Alguns advocam que temos que ter cidades africanas-está errado. Cidade é cidade em qualquer parte do mundo e deve ser gerida como tal.Avião na América é pilotado da mesma maneira como em Moçambique!

Anónimo disse...

Meu caro,
> Termina bem o seu comentário afirmando que "Avião na América é pilotado da mesma maneira como em Moçambique". Sabe porquê? Simples: porque a INFRA-ESTRUTURA de base para que tal aconteça é a mesma; lá como cá existem Aeroportos, Manutenção de Aviões, Pilotos e pessoal competente.

> No meu entender,contrariamente ao que afirma, todos os restantes exemplos que dá (urinar na via publica; venda de produtos alimentares em passeios; lupanares e barracas ...) são exemplos perfeitos das consequências da falta ou fragilidade das INFRA-ESTRUTURAS para o desenvolvimento económico e social do país:

> A economia informal é CONSEQUÊNCIA de insufiências nos sectores chave do país: educação, sáude, segurança social, ministérios económicos, etc.

> Sem mais e melhores, escolas; unidades de saúde; políticas de apoio às actividades económicas que gerem emprego formal; transportes; justiça eficiente; políticas de habitação; segurança, etc. ... a economia informal continuará a ser a SOBREVIVÊNCIA, com a dignidade possível, de muitos de nós.

> O "punho de ferro" que preconiza (via administrativa), tornaria as nossas ruas "menos poluídas" dos mais desfavorecidos de nós, mas não gera emprego nem desenvolvimento: é atacar os efeitos, mantendo as causas e potenciando maiores indices de criminalidade e miséria moral e material.

> Foi atacando as causas, criando as INFRA-ESTRUTURAS, que os países desenvolvidos conseguiram,reduzir a economia informal, em média, para menos de 20% de suas economias globais.

> Nós temos, seguramente, mais de 80% da nossa economia no informal.Não inverteremos a situação, apenas, com "punho de ferro".

AM