Comemora-se hoje mais um aniversário da revolução dos cravos ocorrida em Portugal a 25 de Abril de 1974. Saiba aqui, veja aqui e recorde aqui a canção do falecido cantor e compositor Zeca Afonso (leccionou muitos anos em Moçambique, em particular na cidade da Beira, no ex-Liceu Pero de Anaia, hoje Escola Secundária Samora Machel, onde também fui professor em 1974/1975) que serviu de senha para o início da revolução que levou à queda da ditadura em Portugal e constituiu um passo importante para a independência de Moçambique a 25 de Junho de 1975.
Adenda 1: creio que foi em Maio de 1974 que, com outros colegas jornalistas, viajando na então DETA (hoje LAM), visitei Dar es Salaam e aí, no Instituto Moçambicano, conheci Samora Machel. Lembro-me, também, de ter visto Marcelino dos Santos e Sérgio Vieira.
Adenda 2: o leitor Gouvêa Lemos, também autor de um blogue, sugeriu-me que soubessemos de uma entrevista dada a uma rádio pelo advogado Adrião Rodrigues (viveu muitos anos na então Lourenço Marques, hoje Maputo) a propósito do 25 de Abril. Confira aqui.
10 comentários:
UM GRANDE DIA QUE OS PUDORES E TREMENDOS COMPLEXOS DE TODOS NÓS, COLONIZADOS, NUNCA PERMITIU QUE FOSSE DEVIDAMENTE VALORIZADO NOS NOSSOS PAÍSES. UM DIA DE CORAGEM E PAZ FRATERNA, DE ALIANÇA ENTRE O EXÉRCITO E O POVO, UM EXEMPLO PARA O MUNDO.
Privaram-nos da festa e reduziram a força que poderia ter a festa dos portugueses.
Recordo-me deste Grande Dia. Eu frequentava a quarta-classe na Missão de São Pedro do Lúrio. Tivemos uma semana turbulenta, pois os missionários daquela igreja já estavam com malas aviadas, para seguirem o destino do D. Manuel Vieira Pinto.
No domingo anterior, havia aterrado no nosso campo de futebol um helicópetro militar. O que era? Uma espionagem?
No dia 25 de Abril, logo que iamos comecar com as aulas, chegou a correr o Irmão Catarino,um italiano, e, disse: golpe de Estado em Portugal. Ligámos a rádio para acompanharmos o desenrolar dos acontecimentos em Portugal.
Creio que é uma data que merece receber o carinho de moçambicanos, angolanos e guineenses, até porque marca a vitória dos seus movimentos de libertação nacional.
De facto, o objectivo de uma guerrilha não é uma vitória militar no terreno, mas fazer com que o opositor deixe de querer lutar.
Existe maior vitória do que levar o exército inimigo a fazer uma revolução que tem como um dos seus 3 principais objectivos a descolonização?
???!!!
Paulo,
Muito sábia a tua colocação.
A história destes países está interligada, como os movimentos revolucionários de ambos o estão. É redundante dizer isto, mas há quem evite ou teime em negar tal facto.
Um abraço para ti.
Zé Paulo
De acordo com Paulo Granjo, sem tirar qualquer mérito ao triunfo maior das colónias, a proclamação da Independência. O 25 de Abril de 1974, além de grande início do depôr das armas e retirada do inimigo, e subsequentemente do processo de descolonização, foi o fim do fascismo para os povos das colónias, o início de uma nova era, o saborear-se, pela primeira vez num período de gerações, a liberdade de expressão.
Analisado sem preconceitos, o 25 de Abril é riquíssimo de significado político para os PALOP e, pela simbologia das flores em lugar de balas e moldura de fraternidade de que se revestiu, de elevado valor educativo para um espírito de paz e fraternidade até mesmo universal.
???!!!
!!!...???
Tirando Cabo-Verde, após inflexão política verificada, venha o diabo e escolha.
Podemos esperar, afinal só estamos em 2009, 35 anos depois...
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