22 outubro 2013

Cenários pós-Santungira (1)

Agora que a base de Santungira foi tomada pelas forças governamentais, que cenários podemos colocar como hipóteses para o futuro? Permito-me sugerir-vos o seguinte sumário, com uma introdução e quatro cenários:
1. O significado de Santungira
2. O cenário da guerrilha líquida de baixa intensidade
3. O cenário da guerrilha líquida de média intensidade
4. O cenário à Savimbi e a formação de uma Renamo renovada sem Dhlakama
5. O cenário político de paz pós-Santungira
(continua)
Adenda às 6:37: a propósito da ocupação da base de Santungira, leia o comentário do Dr. Philippe Gagnaux, aqui.
Adenda 2 às 6:4O: um livro com resumo aqui.
Adenda 3 às 6:47: certas afirmações ontem feitas e as imagens sobre a base de Santungira ocupada pelos soldados governamentais, revelam claramente que os seus ocupantes a tinham abandonado, provavelmente já desde sexta-feira ou sábado passado. Típica acção de guerrilheiros: o "nomadismo" substitui sempre o "sedentarismo".
Adenda 4 às 7:06: em lugar de alívio, sinto em várias pessoas a inquietação, como se o pensamento fosse este: o que vai agora suceder? Por outras palavras, Santungira não é o ponto de chegada, é o ponto de partida.
Adenda 5 às 7:08: formigam diálogos, perguntas e exclamações nos chapas, esses rádios apinhados e motorizados das cidades. Enquanto isso, os ávidos autores dos blogues do copia/cola/mexerica circulam a grande velocidade por todo o lado internético copiando notícias, vídeos e cheiro a pólvora.
Adenda 6 às 7:29: confira no Mozambique History Net o acervo documental sobre o conflito que vai de 1975 a 1981, a partir daqui.
Adenda 7 às 7:44:o número de visitantes dispara significativamente nos websites, o sensacional substitui a rotina, o novo elimina o velho.
Adenda 8 às 7:47: "E esse documento em nenhum momento prevê a existência de dois exércitos no país” - Presidente Guebuza na Beira, a propósito do Acordo Geral de Paz de 1992. Aqui.
Adenda 9 às 8:12: um livro de 2011 de Lucia van den Bergh aqui e o comentário de Gabriel Mithá Ribeiro aqui.
Adenda 10 às 8:26: Fernando Florêncio analisa o livro "A causa das armas em Moçambique" do falecido antropólogo francês Christian Geffray, aqui.

2 comentários:

nachingweya disse...

Ocupar uma base abandonada não é tomar uma base. Se é verdade que não houve baixas o que foi feito dos perseguidos? Se perseguidos em situação de desvantagem, com meios motorizados e armas pesadas? Conseguiram fugir de um blindado e da infantaria que cercava(?) a base? Qualquer coisa não soa coerente. Acho que Dhlakama deve estar morto , desintegrado, incinerado ou enterrado secretamente. Se for o caso , apesar de haver quem queira festejar esse feito, deve haver instruções precisas para não se divulgar esse dado até se estudar o impacto social da invasão a Satungira. A integração da Solução Savimbi numa prespectiva de Renamo Renovada constituida pela tranche urbana desse Partido (ja deve haver apetites para a presidencia da Renamo Remoçada!)

Salvador Langa disse...

Aguardando a série com expectativa.