No número anterior forneci-vos dados sobre o comércio de escravos no nosso país.
Está ainda hoje por fazer localmente o estudo em profundidade do impacto desse comércio, que durou até ao princípio do século XX. Milhares de pessoas jovens de ambos os sexos foram levadas para as Ilhas Mascarenhas, para Madagáscar, Zanzibar, Golfo Pérsico, Brasil, Cuba, Índia, etc.
Na segunda metade do século XIX, por exemplo, havia zonas literalmente despovoadas no Norte. Sociedades houve que foram transformadas quer em reservas de escravos, quer, através das suas elites, em caçadoras deles.
Se eram externas as mãos que faziam aportar os barcos do tráfico à costa, eram regra geral internas as que tinham a seu cargo a caça ao escravo. A este propósito, recorde o historiador senegalês Ibrahima Thioub, especialista da escravatura e da descolonização, aqui.
(continua)
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