Como sucede anualmente, o informe do chefe de Estado ontem na Assembleia da República suscitou a polarização habitual: o estado da nação é mau para uns, é bom para outros, a saúde da nação é má ou péssima para uns, a saúde é boa ou óptima para outros. A posição de cada trincheira produtora de opinião pública é transformada em opinião de todas as trincheiras, em opinião uniforme, independente de grupos sociais e dos seus antagonismos. Mas nunca no país foi feita uma pesquisa sobre o que e como os grupos sociais (porque, na verdade, não existem Moçambicanos em geral, ideal tão do agrado de certos círculos e dos seus intelectuais de serviço) avaliam a saúde social do país.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
2 comentários:
Enquanto as analises nao obedecerem a parametros previamente calibrados, normalmente chamados Indicadores, todo o discurso e toda opinião podem não passar de arrotos e suspiros.
É preciso que a AR e a Sociedade em geral adoptem indicadores que definam o que é ir bem e o que é ir mal.
Como podemos afirmar que somos prosperos quando os indicadores de desenvolvimento humano calculados por organismos de inquestionável idoneidade como são as Naçoes Unidas nos colocam na cauda da humanidade?
Muito curioso é defender-se que a "saúde" vai de bem a melhor. Se o optimismo da elite pagasse imposto estávamos todos carimbados.
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