Em vários sinais luminosos da cidade de Maputo, entrevi-me hoje a estudar a facilidade e a velocidade com que os condutores de chapas passam com o vermelho. Tudo natural, tudo naturalizado. Mas esse fenómeno ultrapassa de longe o perímetro da mentalidade condutora dessas viaturas fumegantes, em mau estado técnico regra geral. Na verdade, o faz à maneira, com as regras desregradas, cobre um amplo espectro de fenómenos e atitudes.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
5 comentários:
Preocupar-se com isso é considerado estranho...
Mesmo os sul-africanos que vão a Maputo aprendem depressa as regras daí.
Uma completa pouca vergonha!
As coisas já estão organizadas e por isso quem devia policiar não se preocupa pois sabe que em certas alturas e em determminados sítios funciona a cobrança do "imposto chapeiro". Agora pensem como o sistema funciona nas outras esferas.
Ao voltar atrás nas diversas regulamentações sobre o transporte público urbano (publico e privado) o governo perdeu a liderança nesta matéria. A favor dos chapeiros.
E enquanto não percebermos que temos prioridades mais prementes ao contrair empréstimos para construir estradas para a praia não vamos resolver os nossos problemas estruturais.
Enviar um comentário