Sétimo número da série. Entro agora na segunda questão, das quatro que coloquei, regressando ao primeiro respondente, a saber:
Carlos Serra: Terão os espaços livres influência no desenvolvimento das capacidades físicas e lúdicas das crianças e dos jovens?
António Prista (doutorado em Ciências do Desporto, regente da Cadeira de Desenvolvimento Motor): Uma cultura desportiva requer essencialmente a criação de oportunidades. A criança e o jovem precisam em primeiro lugar de espaço. E esse espaço está a reduzir de forma drástica nas cidades. Num recente seminário sobre urbanização e sedentarismo organizado no âmbito da jornadas de saúde, era demonstrado que a estando a densidade populacional a aumentar extraordinariamente o número de espaços desportivos conhecia uma direcção exactamente oposta, tornando os valores de recinto por habitantes muito aquém do mínimo desejável. Dados de estudos que têm vindo a ser realizados em Maputo, mostram um enorme crescimento do sedentarismo e da obesidade e a redução da condição física das crianças e jovens da escolas de Maputo (motivo desta série aqui, cartun reproduzido daqui).
(continua)
2 comentários:
Será que os sábios da bola passam por estas bandas para ler?
Sem duvidas. Os terrenos baldios onde eu jogava futebol com os meus amigos sao hoje condominios ou hipermercados. E os ginasios, surgidos como alternativa, sao caros, pouco arejados e essencialmente segregado para elites.
Nao me venham a dizer que isso e o neo-liberalismo. Pois se pegarmos o exemplo do Rio de Janeiro (e agora de Luanda), por toda orla maritima ha pistas para ciclistas e pedestres. Campos para futebol de praio e volei. Tudo a custo zero. Em alguns pontos, ate ha halteres e maquinas de musculacao.
E nos quintais dos bairros sociais ha campos de basquetebol.
Tudo isso havia em Maputo ate 1986...
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