21 outubro 2012

Futebol moçambicano: qual o caminho das vitórias? (7)

Sétimo número da série. Entro agora na segunda questão, das quatro que coloquei, regressando ao primeiro respondente, a saber:
Carlos Serra: Terão os espaços livres influência no desenvolvimento das capacidades físicas e lúdicas das crianças e dos jovens?
António Prista (doutorado em Ciências do Desporto, regente da Cadeira de Desenvolvimento Motor): Uma cultura desportiva requer essencialmente a criação de oportunidades. A criança e o jovem precisam em primeiro lugar de espaço. E esse espaço está a reduzir de forma drástica nas cidades. Num recente seminário sobre urbanização e sedentarismo organizado no âmbito da jornadas de saúde, era demonstrado que a estando a densidade populacional a aumentar extraordinariamente o número de espaços desportivos conhecia uma direcção exactamente oposta, tornando os valores de recinto por habitantes muito aquém do mínimo desejável. Dados de estudos que têm vindo a ser realizados em Maputo, mostram um enorme crescimento do sedentarismo e da obesidade e a redução da condição física das crianças e jovens da escolas de Maputo (motivo desta série aqui, cartun reproduzido daqui).
(continua)

2 comentários:

Salvador Langa disse...

Será que os sábios da bola passam por estas bandas para ler?

ricardo disse...

Sem duvidas. Os terrenos baldios onde eu jogava futebol com os meus amigos sao hoje condominios ou hipermercados. E os ginasios, surgidos como alternativa, sao caros, pouco arejados e essencialmente segregado para elites.

Nao me venham a dizer que isso e o neo-liberalismo. Pois se pegarmos o exemplo do Rio de Janeiro (e agora de Luanda), por toda orla maritima ha pistas para ciclistas e pedestres. Campos para futebol de praio e volei. Tudo a custo zero. Em alguns pontos, ate ha halteres e maquinas de musculacao.

E nos quintais dos bairros sociais ha campos de basquetebol.

Tudo isso havia em Maputo ate 1986...