03 outubro 2012

Cultura

Dificilmente escapamos à sedução da cultura pronta-a-servir de aeroporto a cargo de certos produtores de clichés. Há um acontecimento nacional de relevo? Introduzimos a dança. Que tipo de dança? Invariavelmente do mesmo tipo, não importa o exterior, com os mesmos passos e o fatal tambor. A cultura aparece, então, não como variação criadora, mas como repetição interminável. Sem nos apercebernos, homologamos aqueles que, como Hegel, escreveram que no nosso continente a única coisa que se sabe fazer é dançar a repetição. Porém, a cultura do nosso continente é rica, muito rica e variada. O real problema está nas ideias prontas-a-servir de certos produtores de clichés. Lá onde a vida pulsa, eles mineralizam-na.
Adenda: sugiro leiam a minha série em 34 números intitulada África enquanto produção cognitiva, aqui.

4 comentários:

Salvador Langa disse...

No alvo.

TaCuba disse...

E quem está disposto a dizer o contrário?

nachingweya disse...

mas afinal... o que é CULTURA? algo que não conseguimos ter, reter ou definir?

ricardo disse...

Cultura nao tem fronteiras. Ela e o espelho que determina o volume da alma de cada um...

Se essas manifestacoes completam a alma de alguns, entao respeitemos os limites das suas almas.

E nada mais.