28 maio 2012

A difícil fórmula da distribuição de consensos (4)

O quarto número da série, baseada neste trabalho de "O País" aqui. Prossigo no primeiro ponto do sumário que vos propus aqui.
1. História da ciência, cientistas sociais e algumas ambições. Escrevi no número anterior que os saberes científicos rompem com os dogmas divinos, com as deduções de premissas havidas por eternas, com as intuições tornadas verdades. A dúvida metódica, a pesquisa, a busca de leis e a validação empírica tornaram-se os quatro eixos de um percurso de busca da verdade objectiva, agora estrangeiro ao legado divino e às deduções filosóficas. Esses quatro eixos - especialmente evidentes nas ciências duras do tipo física, do tipo das ciências naturais experimentais - inseriam-se (e inserem-se) na necessidade sentida pelas elites dirigentes dos Estados modernos de possuir um conhecimento sistemático e real do mundo social e natural que pudesse tornar mais rigorosas as suas decisões. Acontece que cientistas de várias áreas das ciências sociais entenderam que poderiam ser tão rigorosos quanto os colegas da física, da química ou da biologia. Não foi por acaso que Auguste Comte, por exemplo, criou, para a sociologia, a expressão física social.
Se não se importam, prossigo mais tarde.
(continua)

1 comentário:

Salvador Langa disse...

Atento a saber onde vai chegar.