18 maio 2012

Banal

Hoje tornou-se banal mostrar em certa imprensa que a nossa floresta é, aqui e acolá, ilegalmente abatida e que madeira de um certo tipo é exportada ou estava para ser exportada para certos mercados estrangeiros. Tempos houve em que era sacrilégio mostrar isso. Hoje não é. Dialéctica é a vida.

3 comentários:

Salvador Langa disse...

A pressão tem sido tão forte nacialmente e internacionalmente que o espelho procura não estar embaciado."É ou não é?"

TaCuba disse...

É que se o pessoal deixasse tudo nas calmas a grana não entrava...

nachingweya disse...

O Sr Castande escreveu há dias no Jornal Notícias sobre neocolonialismo entre outras coisas. E o que é afinal o neocolialismo? "Nova forma de colonialismo que se traduz no domínio que um país exerce sobre outro por via da influência económica e/ou cultural". Surge nos finais do sec XIX e princípios do sec XX como consequência directa da industrialização europeia que se torna cada vez mais carente de MATÉRIAS PRIMAS e MERCADOS para os seus produtos. Provoca a conferência de Berlim que PARTILHA os recursos africanos resultando no mapa administrativo que até hoje define as 'soberanias' africanas.
Continuando a ser fonte de matérias primas e centro de consumo por excelência é incontornável observar que a África prova a ainda vigência do neocolialismo nos exactos termos em que se constituiu em 1880s. A única diferença é que a Ásia mudou de lado nos finais do sec XX e a os BRICS. De partilhados a Ásia e os BRICS passaram a partilhantes, tomaram assento na mesa dos dividendos.
Só a Africa continua partilhada. A industria extractiva (chamam-lhe industria eventualmente por causa da retroescavadora e do camião de 8 metros de altura...)é o hino mais loquaz ao neocolonialismo.
PS: Hoje no telejornal das 20 ouvi o Dr Rajendra defender que a mineração trouxe desenvolvimento em Tete. Argumenta que nasceu lá, só havia o Hotel Zambeze e uma pensão, hoje há seis hóteis...

Mas é exactamente isto o neocolonialismo, a toma de matérias primas e instituição paralela de consumo. Tu Concedes carvão, bauxite, rutilo, ilminite a troco de míseras royalities que te habilitam a consumir aço, titânio, aluminio de que é composto o teu carro, a tua casa de banho, os teus óculos...Tu produzes algodão que exportas porque te mataram a Textafrica. E usas roupas em que outras pessoas já transpiraram na Inglaterra, Austrália e não-se-sabe-onde-mais.
O neocolonizado, por involuntária falta de ciência, não sabe avaliar o valor das matérias primas que entrega mas fica embevecido ao se ver reflectido no espelho retrovisor de um Mercedes. Ah e como fica!