16 maio 2012

Dez mil

Segundo o "Expresso" electrónico de ontem, "o BW Group, de Málaga, Espanha, está para investir 2 biliões de dólares norte-americanos na construção de uma instância hoteleira, em Nacala, com capacidade para 10 mil quartos." Acrescentou o jornal que o nosso Instituto Nacional de Turismo entra com os restantes cinco por cento.
Observação: porém, o portal do BW Group (que não faz referência a Málaga) não alude a essa espantosa possibilidade hoteleira de dez mil quartos. Salvo, claro, se houver um outro BW Group e a perspectiva for, por exemplo, de 100 quartos. De qualquer das formas, na semiologia dos espantos minerais do país, os dez mil quartos têm a grandiosidade faraónica das descobertas de gás, como esta, por exemplo, aqui.
Adenda às 4:36: ainda a propósito de turismo, confira no Macauhub esta notícia.
Adenda 2 às 6:15 de 17/05/2012: observação de um leitor via email: "O BW Group de Málaga é a cadeia de hotéis Best Western. Há também o BW Group que está nos negócios de gás (exploração, transporte, etc)."

4 comentários:

ricardo disse...

Se nao o fizermos, alguem o fara por nos. Ja sao muitas evidencia de como o mundo nao para, e nos, ao inves de estarmos todos dias a reclamar da nossa desgraca, ja deveriamos ter colocado as maos na massa e nao cair em demagogia barata na qual, a navegabilidade do Zambeze, e somente um mais triste exemplo. Alias, viram a capa do NOTICIAS hoje?

Salvador Langa disse...

2 biliões de verdinhas? Será possível?

nachingweya disse...

O problema , caro sr Ricardo, é que hoje quando se vai para o poleiro a prioridade não é localizar a cabeça do bicho para 'segurá-lo pelos chifres', a prioridade é localizar as tetas da vaca e iniciar quanto antes a ordenha. Quem pensará nestas coisas estratégicas se uma das estratégias de renda dos CFM é a colocação de cancelas nas estradas públicas de Vilankulo?
Não é que seja necessário reiventar a roda; Já há rascunhos estruturados de interligação ferroviária entre Tete a partir de Changara e Chimoio entre Chibata e Vanduzi e de Chimoio até Mapai conseguindo-se, dentro de um limite razoável de custos, a interligação ferroviaria centro-sul por integração das vias existentes para o hinterland. Assim, as mercadorias a exportar de Tete, por exemplo, teriam as alternativas Tete Beira via Sena e via Chimoio podendo necessitar de ampliação a capacidade entre Beira e Dondo ou Tete Maputo via Chimoio e Mapai.
Quanto à navegabilidade do rio também há estudos tanto a montante como a jusante da HCB. Um dos estudos recomenda a utilização de barcaças anfibias, navegando entre Chinde e Cahora Bassa onde passariam para linhas ferreas para transpor os rápidos e o paredão e voltando a água até Zumbo e mais adiante. Neste negócio do rio estamosnum estágio infantil, como diria Herber Spencer sobre o desenvolvimento dos africanos.

ricardo disse...

Eu nao creio que estejam so a olhar para as tetas da vaca leiteira. Penso que a incompetencia e o complexo de inferioridade tolhem ainda mais as vistas deles. E sao maus alunos tambem. Historia, para eles, e um bicho de sete cabecas. Quantas vezes lideres todos poderosos foram descartados e susbtituidos por outros? A riqueza que pilharam, alguma vez retornou aos seus? Quem nao se lembra de Mobutu, Khadaffi e outros? Em outras partes do mundo, tambem se suga - e se calhar mais - as tetas de uma manada inteira. Mas nem por isso deixam de fazer bons acordos e nem sequer de pensar nos vindouros.

Habituamo-nos a sacralizar pessoas que nunca foram conhecidos por terem feito algo na vida, por motivos subjectivos, nomeadamente o sangue da "realeza". Hoje, feitos reis, sao a razao primaria da nossa desgraca.