Mais um pouco desta série.
3. O futuro (continuidade do ponto). É usual apresentar Eduardo Mondlane com a figura moderada da Frelimo e Samora Machel como a figura radical (mas não menos usual é apresentar ambos como figuras ao sabor de determinados interesses e grupos internacionais, como figuras sem vida própria, seu autonomia). Para simplificar: Mondlane seria o democrata liberal, Samora o autocrata comunista (talvez um dia me decida a estudar este tipo de etiquetagem).
Aqui e por agora, procuro mostrar uma identidade concepcional entre Mondlane e Samora no que concerne ao perfil do Moçambique pós-colonial, identidade que, na minha hipótese, constitui o percutor epistemológico dos autores do que chamo frente crítica.
Escrevi no número 11 que um dos pensamentos de Eduardo Mondlane foi o de que para se obter o que chamou "progresso económico e social em largas bases", era indispensável "eliminar as forças económico-sociais que favorecem as minorias", que favorecem os "grupos africanos privilegiados", era necessário evitar "a concentração de riqueza e de serviços em pequenas áreas do país e nas mãos de poucos".
Ora, a 14 de Junho de 1975, a onze dias da independência nacional, o presidente Samora Machel realizou um comício na cidade da Beira. O que se segue é uma pequena parte do discurso recolhido e transcrito pelos historiadores Colin Darch e David Hedges, discurso que obtive em 2007 graças ao primeiro (clique duas vezes com o lado esquerdo do rato sobre a imagem para a ampliar):
3. O futuro (continuidade do ponto). É usual apresentar Eduardo Mondlane com a figura moderada da Frelimo e Samora Machel como a figura radical (mas não menos usual é apresentar ambos como figuras ao sabor de determinados interesses e grupos internacionais, como figuras sem vida própria, seu autonomia). Para simplificar: Mondlane seria o democrata liberal, Samora o autocrata comunista (talvez um dia me decida a estudar este tipo de etiquetagem).
Aqui e por agora, procuro mostrar uma identidade concepcional entre Mondlane e Samora no que concerne ao perfil do Moçambique pós-colonial, identidade que, na minha hipótese, constitui o percutor epistemológico dos autores do que chamo frente crítica.
Escrevi no número 11 que um dos pensamentos de Eduardo Mondlane foi o de que para se obter o que chamou "progresso económico e social em largas bases", era indispensável "eliminar as forças económico-sociais que favorecem as minorias", que favorecem os "grupos africanos privilegiados", era necessário evitar "a concentração de riqueza e de serviços em pequenas áreas do país e nas mãos de poucos".
Ora, a 14 de Junho de 1975, a onze dias da independência nacional, o presidente Samora Machel realizou um comício na cidade da Beira. O que se segue é uma pequena parte do discurso recolhido e transcrito pelos historiadores Colin Darch e David Hedges, discurso que obtive em 2007 graças ao primeiro (clique duas vezes com o lado esquerdo do rato sobre a imagem para a ampliar):
Nota: o texto em epígrafe foi pela primeira vez dado a conhecer neste blogue numa postagem datada de 01 de Outubro de 2007. Depois disso, no formato aqui apresentado, tem aparecido um pouco aqui e acolá, nas veredas da blogosfera, sem que a sua origem seja respeitada.
3 comentários:
Realmente a profecia de Samora se concretizou. O seu discurso é meio irrisório, ele falava como se estivesse a brincar, mas não, era um perigo que estava a vista. O que devemos fazer é abater todo o sistema político nacional (Frelimo, Renamo, MDM, Pimo, PT, PE)porque estão todos infectados pela doença do capitalismo. O que precisamos é de uma nova frente que leva em conta os desejos do povo. Porque a missão de um governo é de servir ao povo, tal como Samora faz-se entender.
Gostei Queface,
Metemos as Rolas no campo.
Então Samora tinha consciência que na alma da sua "malta" estava escondido o "bicho capitalismo", ou melhor que estava rodeado de gente falsa que dizia uma coisa mas acreditana noutra.
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