Foi hoje lançado na Escola Secundária Francisco Manyanga, cidade de Maputo, o livro A construção social do Outro, precedido de uma palestra minha. Muitos estudantes, muita gente, muito interesse, vendidos muitos livros da Imprensa Universitária da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), muitos professores presentes, muitos jornalistas, vários dirigentes da UEM e da Academia de Ciências de Moçambique. E uma magistral actuação do cantor José Mucavele. Tudo muito gratificante para mim e, acredito, para todos os presentes.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
12 comentários:
Caro Professor,
Os meus parabéns. Que venham mais e mais obras.
Foi por recomendação da professora Eulália Maxiamiano que me tornei seu leitor, obviamente, agradecido.
Zicomo
PS: Podia colocar o excerto da palestra? A ser possível, era um grande favor que nos fazia "a nós outros os de fora de porta", não é Karim,
Grandissimo Favor, Viriato,
Acho que o Professor pode nos dar o Prazer de visualizarmos e compartilharmos o Sucesso,
Parabens Professor.
Estou frustrado por nao ter conseguido planear a minha vida de modo a estar em Maputo, para entre outras coisas, assistir a este importante evento.
Tal como o Viriato e outros que nao poderam estar presentes, a publicacao do excerto da palestra seria um grande favor.
Onde pode ser adquirido o livro?
Parabéns por mais esta obra.
Melhores êxitos.
Como estou em Maputo,consigui estar lá foi de facto espetacular. no entanto, achei a sala muito pequena para aquele envento e penso que a comissão organizativa também chegou à mesma conclusão.
A experiência usada para incentivar os alunos a procurar a razão de ser as coisas até a última consequência também foi boa, esperamos que leve avante o projecto de criação e grupos de pesquisa ciêntífica na Manyanga.
Professor, nesta palestra deu para criar algumas sugestões:
1-Como relacionar as crenças com a ciência?
2-A comunidade deve sentir assegurança garantida pelas autoridades competente! vejam: 1 ano de conflito Homem animal sem nenhum intervensão das autoridades?!
3-As práticas tradicionais são indispensáveis na resoluçãode certos conflitos sociais, foram os curandeis que primeiro mostraram a comuniade que os leões são verdadeiros. portanto, os ciêntistas que sugerem a cabar-se com curandeiros para não se promover charlataria que espere sentado ou deitado porque estamos a falar de 60% de analfabetos numalocalidade em 2003...
Enfim, a CEA deve fazer isto em mais escolas o nosso país.
O livro está por agora à venda na Livraria Universitária da UEM, campus universitário. Creio que depois será colocado em outras livrarias. Sim, havia muita gente apesar de um anfiteatro ser enorme. Creio que a ACM estudará isso.
Na verdade, o Professor tornou-se hoje um icone da sociedade pensante mocambicana, dos jovens aos consolidados.
Uma referencia para muitos, estrangeiros incluidos. Atrevo-me a dizer que muitos antes de visitarem Mocambique, vem ter a este blog para conhece-lo melhor.
E alem disso, a verdade democracia, responsavel e plural, faz-se neste blog. Tomara os nossos politicos o percebessem tambem.
E tudo isso e produto da V. lavra.
Ricardo, C. Serra serve na verdade de cientista que até certo ponto alerta o poder sobre o social. No entanto preferem ignorarem-no.
digo isto porque me parece os estudos a CEA e outras instituições até singulares deveriam serem mais considerados nos planificação económica social até nos quinquenais!
É importante saber o que diferentes figuras e seguimentos da sociedade pensão sobre alguns assunto incluindo do próprio sociólogo.
Professor,
Voces encheream o anfiteatro da Manyanga ?
Eu estudei la, aquilo nao 'e pequeno, estamos a falar do mesmo ?
Aquele que fica do lado oposto do campo de basquete ?
Voces estao a brincar, entao foi um sucesso de rebentar em audiencia !
Desculpem,
Voces podem entrar numa de o Karim gosta de "engraxar" ao Professor, eu nao estou nem ai, pra o que voces pensam.
Eu ja disse ha muito tempo, que eu quero ser como ele, e isso 'e profunda Admiracao e Respeito pelo Meu Mestre.
Eu neste Blog, aprendi mais do que em qualquer outro sitio, e em toda minha vida, vivida claro.
Fico as vezes decepcionado, porque nao se tem consciencia de quem 'e Professor Carlos Serra, e deixa-se de aproveitar toda sabedoria dele, para atingirmos um outro patamar no crescimento como pais, como nacao, como humanidade,
Que Viva por muitos e muitos longos anos e de muita Boa saude e feliz na companhia dos seus, Meu Mestre.
Karim,
Nao me vou pronunciar sobre a tua singela homenagem ao Professor, para nao cair no pecado da adulacao. Mas como tambem passei pela Manyanga nos anso 80, devo dizer-te que aquilo sempre foi um reservatorio de potenciais pensadores e fazedores de cultura em Mocambique. Quem nao se lembra do Lambert (Matematica)? E do Sidonio (Portugues). Tudo sabedoria viva. E havia muitos outros, que hoje estao por ai, uns bem, outros mal encaixados no sistema. O Zomola (Hugo Berna) nasceu la, e com ele, o teatro jovem de intervencao em Mocambique.
O problema nasceu quando fomos para a UEM, onde todos os nossos sonhos foram castrados e convertidos num vespeiro de intriguistas e puxa-sacos que so la estavam a fazer alpinismo social, que o canudo e os lugares cativos no Aparelho de Estados lhes abencoou. Uma massa estudantil fomatada por remote-control politico, programada para reclamar peixe, propinas, transporte e quartos de dormir. E indiferente quando a questao era qualidade de ensino, materiais didacticos, locais condignos para o ensino, liberdade de pensamento academico, direitos e cidadania no geral. Era proibido, so poderia ser coisa da oposicao. Nas engenharias tive um professor que adorava chumbar pessoas que pensassem mal da FRELIMO. Apenas por isso. Ali, naquele lugar donde se forjou toda a carga impura que hoje pulula nas instituicoes do Governo e reivindica o direito de conduzir "as reformas necessarias...". A viragem, como soi dizer-se.
Talvez aqui esteja a resposta que Marcelino dos Santos diz espantosamente desconhecer. Estara certamente distraido, nao e? Puro cinismo politico.
Porque o problema da EDUCACAO neste pais reside nas academias e nao no MINED. E nas academias onde se espera o RESET e nao nos pachorrentos administrativos estatais. Eles aguardam inputs... O Zimbabwe por exemplo, e hoje um pais desestruturado em muitos sectores, particularmente na educacao, mas os academicos continuam firmes e hirtos nas suas conviccoes e publicam-nas. Porque assim e a alma dos genuinos pensadores.
Quem tiver a oportunidade de folhear Elisio Martins, Portugal e Capital Multinacional em Mocambique (1500-1973), ira reconhecer o macabro papel quimico do sistema de construcao do saber do Colono e o actual. Mudam apenas os nomes dos lugares e das pessoas. O sistema, as solucoes e os recursos sao os mesmos. Progredimos em que?
Por isso, clama-se por academias de verdade em Mocambique, e nao campus de intelectualoides castrados, seguidistas e carreiristas em bicos de pes para a Ponta Vermelha. Mas sera que ainda poderemos chama-los de "academicos'?!
Disse
Sabes Ricardo,
O meu ex-socio Armando Inroga, era Professor de economia na UEM,
Eu fazia a correccao dos testes dos alunos do 4 ano de cadeira de economia da UEM, com ele sentado, a discutirmos os testes, e principalmente o nivel de ideias geradas ali, sobre desenvolvimento, enquanto eu era estudante no ISCTEM no curso de gestao, noturno,
O problema nao esta na capacidade Nossa dos estudantes ou pensadores, como quiseres defenir, esta nesses gabinetes que "entopem" a saida de solucoes e sua aplicacao.
'E impressionante a quantidade de projectos criados, mas que depois nem sao divulgados e nem 'e dado qualquer seguimento pratico as ideias ali contidas,
Eu nao sei o que 'e feito desse material todo produzido ate agora,
Na minha modesta optica, Nos ja geramos solucoes pra todos os problemas, 'e so uma questao de "abrirmos" as saidas e vai fluir duma maneira linda,
Olha que Andrea, de psicologia Organizacional, muito minha amiga de "saidas do stress nos finais de semana" 'a ponta d'ouro, defende a razao do stress dos alunos, mas nao 'e so porque ha um fosso entre os livros a a realidade mas tambem porque as solucoes produzidas pelos estudantes, para reduzir ou eliminar o fosso, nao encontram opurtunidades de aplicabelidade,no terreno,
Os xiconhocas estao a "entupir" completamente o sistema, porque nao geram solucoes e impedem de solucoes geradas sejam aplicadas, atravez do controle politico de "organismos" dentro das universidades, no caso da UEM,como a AEUEM, o Reitor 'e nomeado pelo pr, entao tornamos todo sistema politizado,
Isso esta rebentar completamente tudo, gera um altissimo nivel de frustacao, e suas devastadoras consquencias.
Enviar um comentário