01 abril 2009

Zambézia: não há operadores florestais, mas ladrões de madeira

Não há operadores florestais, mas ladrões de madeira - afirmou o director provincial de Agricultura da Zambézia, Mahomed Valá, citado pelo "Magazine Independente" desta semana. O director reagia a críticas de vários sectores da sociedade zambeziana, preocupados com o saque da floresta e afirmou que os problemas eram vários, desde fiscais corruptos, a alianças com Chineses e a pessoas "incontroláveis". Mas por quê "incontroláveis"? Resposta-extracto do jornal: "Porquê, Valá não disse, mas supõe-se que, como sempre, ele se quis referir a figuras da praça e, mesmo, do governo de Guebuza, que têm na Zambézia, concessões de exploração florestal, as quais não pagam nenhuma contribuição ao estado e, muito menos ainda, beneficiar as populações daquelas zonas."(p. 10)
Adenda: quero crer que os leitores sabem quanto este diário tem, faz muito já, dado conta do saque da floresta nacional. Quero crer, ainda, que os leitores sabem quanto vários cavaleiros andantes têm tentado (agora menos, claro) escamotear a realidade cruel do saque, escudando-se em números e margens oficiais de corte. Agora é um director provincial a pegar o touro pelos cornos, coisa impensável meses atrás. Entretanto, data de Janeiro a última referência ao saque da madeira na Zambézia, recordem aqui.

1 comentário:

umBhalane disse...

Prof.

Eu lhe admiro a tenacidade neste e noutros capítulos para os quais os seus leitores, a grande maioria, nem está aí.

O Prof faz-me lembrar o D.Quixote, ou o frei que bem prega...

Assim como a morte por afogamento de "apenas" 300 Africanos no Kadafi Mediterrâneo...

E muitos outros análogos...

Eu estou errado, só posso concluir.

Mesmo assim, força Prof., nesta missão "impossível".