20 abril 2009

Boicotes à conferência da ONU sobre racismo

Boicotes marcam a Conferência Durban II da ONU, hoje começada em Genève, Suiça, que examinará os esforços realizados para combater o racismo, a xenofobia e a intolerância desde primeira reunião realizada em Durban, África do Sul, em 2001.
Adenda às 21:10: "A ideia de raça é uma construção social. (...) A raça não é um dado científico, mas uma realidade sociológica (...). Para a sociologia, é o racismo que faz nascer a raça. Não é a presença de diferenças físicas objectivas que cria a raça, mas o reconhecimento de diferenças, reais ou imaginárias, como socialmente significativas" (Schnapper, Dominique, La relation à l'autre/Au cœur de la pensée sociologique. Paris: Gallimard, 1998, p. 27).

4 comentários:

Bayano Valy disse...

são algumas das consequências de se politizar a vida. intelectualmente, fico decepcionado com a posição de obama. recordo-me que na escolha do clérigo que iria proferir a oração da sua investidura - provocou polémica por o mesmo ser anti-gay - disse ele que as pessoas podiam não concordar com o seu ponto de vista (clérigo) e estavam livres de assim decidirem, mas que essa era a melhor forma de se dialogar, sabendo ouvir o outro. gostaria agora de entender que critério é que utilizou para que os eua liderassem o movimento boicotista. porquê é que não se pode discutir o tratamento dos palestinianos nas mãos dos israelitas? porquê é que não se pode abrir o debate sobre os verdadeiros números do holocausto? porquê é que o presidente iraniano não pode discursar? para um organismo que se pretende todos sejam iguais, há muita dose de hipocrisia. desculpem-me o desabafo

umBhalane disse...

Eu respeito os pontos de vista dos outros.

A Frelimo não chegou de me contagiar.

Mas também posso expressar o meu.

É que ficaria muito desiludido se Obama não tivesse tomado a posição que tomou.

Porque para mim, Obama sempre seria mais 1 presidente dos USA, como foram muitos dos seus antecessores.

Qual a diferença então?

Ele é um democrata, e Bush, o termo imediato de comparação, é um republicano.

Apenas os símbolos dos partidos esão trocados para o caso:

Obama seria o elefante, e Bush, o asno, o burro...

Mas tal simplificação é enganosa.

A longa história de presidentes dos USA, tem muitos presidentes de ambos os ditos partidos, bons.

E é com esses que Obama já com mandato(s) feito(s) vai ser comparado.

Porque melhor do que Bush, a maioria de nós o seria...

Depois os USA não são uma monarquia absoluta, nem mesmo constitucional.

E Obama, presidente dos USA, está lá para defender os interesses dos USA, e dos seus aliados.

E a política dos USA não muda de um dia para o outro.

Os métodos sim.

Os objectivos não.

E Obama já avisou que tinha 1 pão numa mão, e 1 pau na outra.

Se assim for, de facto, temos homem.

Bayano Valy disse...

caro umbhalane,
desculpe-me responder apenas hoje ao teu comentário. recordaste-se que o slógan da campanha de obama era "hope" e que se pautaria por uma nova forma de governar? pois, é justamente nesse quadro que faço a minha crítica. o que significa uma nova forma de governar?

umBhalane disse...

Caro Bayano Valy

Os estados, países, pessoas, têm interesses.

É lógico que prossigam a execução dos mesmos, e desde que legítimos, com métodos e processos adequados à sã convivência internacional, no caso vertente.

Obama já modificou concretamente, com práticas, algumas das políticas dos USA.

Veja-se o caso de Guantánamo, a abertura a Cuba, …, e o reconhecimento da ineficácia do boicote à mesma – o regime continuou o mesmo, mas o povo cubano ficou reduzido à miséria, pagou a factura – os métodos dos USA foram errados.

Já está a rectificar…

Os USA como a ainda maior potência mundial, democrata, única mesmo hiper potência mundial, democrata, sublinho, DEMOCRATA, têm que ter uma força moral e do exemplo por aquilo que possui e PRATICA.

O acervo moral dos USA tem que estar acima de críticas, nomeadamente e principalmente da UE, Canadá, Austrália, Japão e de alguns países da América Latina e África.

A sua liderança compartilhada tem que ser aceite, pelo menos por estes.

Penso ter-lhe respondido à questão da nova forma de governar já implantadas nos USA, os métodos e seus processos, com efeitos práticos já visíveis tanto nos USA, como no mundo.

Quanto às suas interrogações anteriores, tudo é passível de discussão, não de imposição:
- porquê é que não se pode abrir o debate sobre os verdadeiros números do holocausto?

Não é muito importante saber se morreram cerca de 6 milhões, 4,9, 5,1, ou 6,7 milhões.

É mesmo irrelevante o número preciso.

Política, história, não são matemáticas puras!

E para quem NEGA ter existido o extermínio de Judeus (presidente do Irão), ainda menos relevante parece.

Isso é apenas uma manobra de diversão para destruir consensos, diálogo, negociações e ficar a falar sozinho.

Conseguiu.

E a clientela interna, a mais atrasada, ficará com um móbil para se distrair da pobreza a que foram conduzidos.

Ganhou a intolerância face ao laicismo.

- porquê é que não se pode discutir o tratamento dos palestinianos nas mãos dos israelitas?
Pode, e deve.

Mas também se pode, e deve, discutir o tratamento dos israelitas às mãos dos palestinianos.

É preciso dialogar, negociar, exercer a diplomacia.

Calar as armas.