Mais um pouco desta série.
Escrevi no número anterior que há três coisas a ter em conta: 1. A transformação dos clubes profissionais de futebol em fábricas de produção de jogadores; 2. A transformação dos jogadores em mercadorias; 3. A concorrência generalizada entre as equipas-fábricas-marcas.
Avanço para a segunda coisa.
No século XIX, Karl Marx escreveu que lá onde dominava o modo capitalista de produção a riqueza das sociedades apresentava-se como uma imensa acumulação de mercadorias. A mercadoria é algo que, pelas suas propriedades, satisfaz necessidades humanas de qualquer espécie. E acrescentou Marx: "Que essas necessidades tenham a sua origem no estômago ou na fantasia, a sua natureza em nada altera a questão."
Na superimensa acumulação de mercadorias que é hoje o nosso mundo, o jogador de futebol é apenas mais uma mercadoria, com seu valor de uso e seu valor de troca. Porém, há sempre quem pense que o valor do jogador está nele, que nasceu com ele, que é um dom dele, que é esse dom que é vendido no mercado.
Imagem retirada daqui.
(continua)
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