15 fevereiro 2010

Falta agora saber

A 17 de Agosto de 2009, citando o IOL, reportei que as Maurícias planeavam comprar 20 mil hectares de farmas em Moçambique (Manica e Marracuene) de maneira a constituir uma reserva alimentar para o país. A 15 de Dezembro do mesmo ano, citando o Macauhub, reportei que a abertura em Moçambique do Centro de Tecnologia Agrícola da China iria servir para satisfazer a procura de alimentos por parte da população chinesa. Agora, reavivando o interesse das Maurícias, o "Notícias" de hoje escreveu que o governo mauriciano "acaba de manifestar o desejo de colocar farmeiros seus a desenvolver projectos agrícolas em terras moçambicanas, numa iniciativa destinada a produzir comida para suprir o défice de alimentos que assola aquela Ilha do Oceano Índico".
Especializámo-nos em exportar matérias-primas. Falta agora saber se nos especializaremos em fazer com que os estrangeiros produzam na nossa terra a comida de que têm necessidade nas suas terras.
Perguntas aos leitores: qual a vossa opinião? Estou a ser chauvinista? Basta que tenhamos "mais postos de trabalho" para tudo ficar resolvido na consciência?

2 comentários:

ricardo disse...

O medo de ser livre, cria o orgulho de ser escravo (anonimo)

Nao esta a ser chauvinista, nao, senhor Professor...

Mas ainda vai ganhar um epiteto de "Anti-Patriota" ou apostolo da desgraca so para nao citar termos mais feios.

Na evolucao do nosso know-how como Estado, especializamo-nos primeiro como internacionalistas de Fretes & Suzetes a custa das promessas da ONU. Tornamo-nos um pais de escangalhadores de sistemas. Depois fomos para o Import & Export na senda dos ditames do Banco Mundial e FMI. Tornamo-nos num pais de empreendedores subsidiados. E na sequencia dos quais, escancaramos as portas para os Espiritismos & Lotarias Instantaneas que desgradacaram muita gente. Tornamo-nos no pais dos videntes-novos. E agora, em plena crise mundial e na perspectiva de uma nova hecatombe, desta feita social, Venda de Patrimonio & Terrenos!...

Crescemos (para baixo).

500 anos de escravatura, ainda pesam nas decisoes de quem governa Mocambique. Conquistamos a independencia juridica, mas no nosso sub-consciente, ainda soa a voz de comando do Prazeiro!

Em linguagem do povo, chama-se a isso complexo B.

A pergunta que coloco a TODOS que leem este blog e: Alguma vez vimos ou ouvimos algum debate na imprensa (in) dependente sobre o assunto? NAO! E o meio intelectual abordou-o? Quando e onde? E o Governo, esse ai...

Entao, por quem e que os sinos dobram?! Nhe, nhe, nhe e...nhe, nhe.

Eis-nos aqui, no fundo dos fundos. Os irredutiveis...

Deixar o povo morrer a fome e plantar comida para os outros!

Questao: Quando e que se volta instituir a Escravatura? E que ja devem haver muitas ideias criativas a respeito...

umBhalane disse...

"Falta agora saber se nos especializaremos em fazer com que os estrangeiros produzam na nossa terra a comida de que têm necessidade nas suas terras."

Não tenho a mínima dúvida nisso.
Aliás, esse dom é um dos "sucessos" DESTE Moçambique.

É que trabalhar faz calos.

Parcerias são mais melhor bom.

Salvo para os 90% da população, os camponeses, que almejam, mourejando, e no muito duro, o pão que o diabo amassa/ou.