04 abril 2009

Zimbabwe: viva os WaBenzi!

No Zimbabwe empobrecido, mas onde o governo tem 71 ministros e vice-ministros, os militantes do MDC de Morgan Tsvangirai - agora primeiro-ministro - condenavam o uso parasítico de Mercedes feito pela elite governamental da ZANU-PF de Robert Mugabe. Mas agora eles são ministros e cada um tem um Mercedes E280 de 50 mil dólares, no país onde Mugabe tem um S600L de 500 mil. Assim temos o MDC na clique dos WaBenzi.
Sugestão: sugiro-vos a leitura do trabalho com o título The WaBenzi of Africa, da autoria de Jared Odero, aqui.

31 comentários:

Sir Baba Sharubu disse...

Mozambique will help Zimbabwe.
Hopefully, the money of the generous Mozambique taxpayers will not be allocated for the purchase of luxury cars.

Anónimo disse...

Nao é só o zimbabwe nem sao só os governos. mozambik também é assim. gabriel muthisse criticava o governo com os seus "discursos de periferia" no "meia-noite", lembram-se? e agora circula no banco traseiro de um benz classic. os membros da sc na cne andam em "modestos benz", pois nao? activistas da sociedade civil e anti-corrupcao andam ao volante de sumptuosos volvos, k sao bem mais do k os mercedez (vide os bosses do cip)...mais palavras para ké? sao os dinheiros da "ajuda" em todos esses casos. ou é fruto de trabalho???????

Anónimo disse...

> Como bem refere o artigo citado,

"... the Wabenzi are a transcontinental tribe ..."

onde os nossos vizinhos Zimbabwé e Suazilandia se destacam:

> Mswati III tem uma frota de Mercedes e BMW´s para si, 10 esposas e 3 virgens, no valor de 1,6 milhão de dólares.
Incrível, num país com a maior taxa de HIV/AIDS do Mundo e mais de 70% da população na probreza absoluta.

> Problemas culturais? Chefe é chefe, tem de usufruir do melhor que o mercado internacional disponibiliza ... mesmo que, mais de 50% de nós, estejamos na faixa da pobreza absoluta...
e mais de 50% do orçamento anual, corrente e de investimento, seja suportado pela comunidade internacional.

> Á medida que nos aburguesamos, tranformamo-nos numa feira de vaidades... com o céu como limite para a ostentação.

AM

Anónimo disse...

Gabriel Muthisse devia andar de carocha? Em que paiis do mundo ee k os ministros andam em carros abaixo de mercedes? O anonimo pode citar um texto de Gabriel Muthisse de "critica ao governo" e que revele incoerencia do seu autor? Mentir a coberto do anonimato nao ee bom, caro anonimo. Pergunte aos k conheceram Gabriel Muthisse antes de ele ir para o governo k lhe dirao que ele jaa ganhava bem e andava em bons carros. Por acaso tinha mais de um. Ganhos do seu suor e trabalho no sector privado e em organizacoes internacionais.

G. Muthisse

Anónimo disse...

Sim, GM, devia andar de burro. Esse gesto demonstraria que é um revolucionário e amigo dos pobres. Dizer ao anónimo que está neste momento atrapalhado à procura das incoerências do vice ministro que isso deve ser fácil porque ele escrevia muito. Bem antes do meianoite, ele já escrevia na revista Agora, no notícias, talvez na revista Tempo, no blog de Machado da Graça, nos blogs de Carlos Serra, Elísio Macamo, Patrício Langa, Egídio Vaz e outros. Muitos dos seus textos estão disponíveis na net. Talvez procurando bem se encontre um trecho que condena o uso dos famosos mercedes.

Viriato Tembe

Nelson disse...

Como o ser humano 'e corruptivel!!!!!

Anónimo disse...

O vice-muthisse enquadra-se no grupo dos que propagandeiam: "façam o que eu digo, não o que eu faço!"
Não me parece que alguma vez se tenha preocupado ou venha a preocupar com os outros.
Tem razão o anónimo G.Muthisse, quando diz que ele já se passeava em bons carros antes de chamado para o governo. Interessante seria saber a origem dos recursos para a materialização desse bom gosto. A sua passagem pela estatal Construtora Integral, não terá algo a ver com isto? Creio não ser prudente pormos as mãos no fogo, seja por quem for: nem por nós próprios!

Manuel João

umBhalane disse...

A minha opinião é a seguinte.

É mais chocante ver governantes a transportar-se um carros caros, tipos mercedes, em Portugal, do que na Alemanha.

Será mais chocante ver o mesmo na Guiné Conakry, do que em Portugal,

e assim sucessivamente.

Tem a ver com a repartição da riqueza a nível nacional, com os índices de pobreza.

Tem também a ver com a capacidade de reacção da sociedade civil, do seu grau (cultura) de exigência, etc, etc,...

E com a cultura de rigor, equidade e formação das elites…

Mas complexo é o problema.

Claro que os ministros dos países africanos não devem andar de burro, de zebra ou de ginga.

Um “revolucionário libertador” do 25 de Abril gabou-se, na Suécia, que tinham acabado com os ricos, em Portugal.

O interlocutor Sueco, riu-se, condescendente, e retorquiu-lhe:

- Nós aqui na Suécia acabamos com os pobres.

Mas, agora, que o MDM fica muito mal na fotografia, fica.

Perdeu uma excelente oportunidade de mostrar EVENTUAL diferença.

Ou, então, não há diferença alguma!!!!!!!!!!!!!!

Paula Araujo disse...

Uma vergonha!

Anónimo disse...

Claro que os nossos governantes têm direito a carros e tratamento em geral com dignidade: são os nossos representantes.

Mas não têm o direito à ostentação, luxúria, esbanjamentos protocolares, etc., em prejuízo de sectores estratégicos, como a saúde.

Ponderemos sobre a notícia seguinte extraída de "O País":

SÁBADO, 04 ABRIL
MISAU - Parceiros alarmados com redução orçamental na Saúde

O sentimento foi expresso na I Reunião Bianual do Comité de Coordenação.

Os parceiros de cooperação do sector da Saúde manifestaram a sua preocupação com a redução, por parte do Governo moçambicano, da fasquia orçamental destinada a cobrir as actividades preconizadas no Plano Naçional da Saúde.

O sentimento foi expresso hoje, em Maputo, na I Reunião Bianual do Comité de Coordenação Sector 2009, pela representante do Departamento do Reino Unido para o Desenvolvimento Internacional (DFID), Jane Rintoul, que falou em nome dos parceiros de cooperacao.

Rintoul apontou, a título de exemplo, que em 2006 o pacote financeiro do Executivo para a Saúde foi de 13.4 por cento, cifra que reduziu para 12.2 por cento em 2008, e a projecção do nível de financiamento para o ano em curso ronda os 11.9 por cento.

'É para nós motivo de grande preocupação que a própria alocação de fundos do Governo para a Saúde pareça estar a diminuir de 13.4 por cento em 2006, para 12.2 por cento em 2008 e a projecção do nível de financiamento para 2009 é de 11.9 por cento', disse Rintoul.

As fracas condições de saúde podem, segundo a representante do DFID, empurrar as pessoas mais vulneráveis a altos níveis de pobreza, daí a importância do Governo aumentar o seu próprio investimento destinado a protecção social e aos cuidados de saúde... ...

Mas, o Governo prioriza a atribuição de mais regalias - mais mercedes, WaBenzi,- para Chefes da CNE, equiparando-os a ministros.

É vergonhoso ser a comunidade internacional a lembrar-nos que estamos a cortar na saúde.

Júlio Mutisse disse...

Cá estamos a discutir o sexo dos anjos, neste caso os carros do Vice Muthisse. Hehehe. O problema são mesmo os Mercedes? então é fácil posso pedir ao Muthisse que deixe aquele desconfortável Mercedes e passe a fazer-se circular em qualquer dos seus carros que será sempre melhor. É que muitos se apegam a isso como se o Estado fizesse algum favor respeitando os seus protocolos para com os seus servidores, no caso, os Governantes.

Infelizmente, a preocupação de muitos é o Mercedes (e as suspeitas do costume) e não os méritos das pessoas. Tomara que ninguém se atemorize com isso. Tomara que toda a nossa linhagem não passe a ser investigada para se saber em que carros andamos desde que certo membro da família foi ao Governo. Pode ser que ao nos verem beber um copo pensem: PARA ALÉM DO MERCEDES bebem cerveja, como se isso só tivesse começado com a chamada do mano ao Governo.

Reconheçam os méritos de quem veio de baixo e subiu a pulso na vida e deixem de lançar o fel de inveja e resentimentos contra as pessoas.

umBhalane disse...

Estou absolutamente de acordo com o Sr. Anónimo 11:14.

Disse-o de uma forma "soft".

"É vergonhoso ser a comunidade internacional a lembrar-nos que estamos a cortar na saúde."

É demasiado vergonhoso.

Por serem os estrangeiros, e logo os ocidentais, que estão mais preocupados com a população de Moçambique, e numa área sensível como a saúde.

É vergonhoso também porque acontece numa altura de franco desenvolvimento, segundo o governo Frelimo, em que o PIB cresce, a economia explode, as exportações dos últimos anos cobrem as importações, enfim, grandes conquistas económico-financeiras.

Então, como explicar o corte na saúde, ao ponto dos estrangeiros o apontarem?

Pura insensibilidade social.

A Frelimo está-se borrifando para a população de Moçambique, para o seu bem-estar.

E porque é que eu não estou admirado!

Reflectindo disse...

Porquê é difícil entender que a luxuria ostentada pelos governantes africanos, incluindos os mocambicanos prejudica o desenvolvimento do país. Porquê é dificil entender que mais 50 % do OGE é dos impostos dos outros povos pelo que devia-se evitar esbanjamento.
Eu gostaria que os governantes mocambicanos perguntassem de como vivem os governantes suecos, por exemplo. Acho que desmaiariam por nunca ostentarem um parque de carros como se exibe na República de Mocambique.
Esta é umas das razões pela qual concordo com os estudiosos africanos que defendem o fim da ajuda à África. Tenho certeza que se o dinheiro da luxuria for de cada país africano, haverá sua reducão.

Anónimo disse...

E ninguem pergunta o que ja produziu como ministro, so sabe exigir mercedes porque os ministros devem ter mercedes. Eu quero ser ministro que controla mercedes e ganhar um mercedes para nao fazer nada.

Anónimo disse...

Julgo que as pessoas que aqui comentam são pessoas formadas. Sugiro que apliquem seus dotes analíticos para perceber onde foi parar a percentagem que foi retirada da saude.

A redução referida não foi, necessariamente parar no bolso ou no mercedes do vice Muthisse. Pode, por exemplo, ter ido parar nos investimento à agricultura. Se fosse esse o caso haveria algo de errado?

Lembremos que muitos dos qub amargamente lamentam os cortes na saude são os que verberavam a falta de investimento na agricultura. Donde pensavam que ia vir o dinheiro?

É triste quando Unbalane confunde reducão relativa da redução absoluta. Pode haver crescimento absoluto e haver redução relativa. Por isso, o crescimento do bip não é para aqui chamado.

Finalmente, quem disse que todas as ideias dos ocidentais devem ser seguidas religiosamente?


Alfredo Langa

Unknown disse...

Caro Alfredo,

Levantas aqui uma questão interessante e com particular interesse para mim. Se não te importas, gostaria de trocar algumas impressões consigo relativamente a relação entre dinâmicas de crescimento relativo Vs dinâmicas de crescimento absoluto em Moçambique. Poderei explicitar melhor a questão mais tarde.
O meu email: joshuamuchanga@yahoo.com.br

Abraços
Josué J. Muchanga

Reflectindo disse...

Caro Alfredo Langa, tem certeza que o corte na saúde foi para a agricultura. Porquê não falarmos desse dinheiro ser alocado para as tantas passeata?

Deixemos de falar de Muthisse como se fosse o único a beneficiar-se da pobre dos mocambicanos, mas não achas que há luxuria demais que prejudica o desenvolvimento? Não achas que há esbanjamento?

umBhalane disse...

Caro Sr. Alfredo Langa

Fiz 2 comentários.

No 1º digo claramente o que penso do usufruto de regalias dos governantes - nunca referi o caso de Moçambique, nem personalizei ninguém.

Penso que dever haver equilíbrio no uso e atribuição de certas "mordomias" quaisquer que sejam os países, e referi, propositadamente Portugal, Alemanha e Guiné-Conakry, porque sei/conheço as sensibilidades muito sensíveis.

Escrevo ainda:

"Claro que os ministros dos países africanos não devem andar de burro, de zebra ou de ginga.

- Nós aqui na Suécia acabamos com os pobres."

Não sou um fundamentalista, ou moralista exacerbado - penso que deve haver equilíbrio, e respeito pelos povos que se governam, e que os povos (quaisquer que sejam) não servem para os governantes se governarem!

Espero que o meu pensamento esteja claro.

Também não afirmei que TUDO o que os países ocidentais dizem é bom, ou que todas as ideias dos ocidentais devem ser seguidas religiosamente, ou até mesmo parte das suas ideias.

Seguir boas ideias, boas práticas, não é atestado de menoridade a ninguém, antes pelo contrário, desde que ajustadas à realidade de cada país, e isso compete aos próprios.

Eu, por cá, fico muito contente quando alguma instância mundial chama à atenção do governo português em favor da população, e não me importo nada – nomeadamente os recados da UE, e algumas admoestações proferidas.

Creia sinceramente que são muito bem-vindas.

Não todas, mas algumas, a maior parte delas.

Finalmente, a área da saúde, é uma questão de sensibilidade social apenas, e quanto a isso já estou velho para mudar – privilegio mais umas coisas que outras – por exemplo 1 TGV de Lisboa – Porto, ou uma 3ª auto-estrada no mesmo itinerário, em vez de 6 hospitais, ou 300 escolas de vários graus, por exemplo,

eu prefiro os hospitais e escolas,

mas há pessoas bem colocadas que querem o contrário.

Cordialmente, Sr. Alfredo Langa.

umBhalane

Anónimo disse...

Caro Reflectindo, a minha sugestao foi no sentido de deixar de maldizer e passar a analisar as contas do orcamento. Analisar as suas dinamicas e evolucao. As contas do orcamento de estado sao publicas e nao secretas. Vai ver como evoluiu o orcamento da saude,

comparando-o com o da agricultura. Só que alguns, como só gostam de falar mal, não hão-de ir ver e analisar as contas. Preferem falar mal.

Caro Josué, irei contacta-lo.

Alfredo Langa

Reflectindo disse...

Esclarecido, porém não me parece que o problema seja de reduzir-se o orçamento no Ministério da Saúde para alocar-se no Ministério de Agricultura. Na minha fraca análise, o problema está ao que devemos chamar por puro esbanjamento. Criam-se formas supérfluas de gastar o dinheiro tais como essa de um pequeno Zimbabwe e empobrecido ter 71 ministros e vice-ministros com toda a luxuria e outros gastos de tratamento. Duvido que até que a China, os EUA e outros países grandes e desenvolvidos tenha essa quantidade de ministros e vice-ministros.
No nosso país, também há ministérios para não falar de vice-ministros que não são necessários. Podiam ser simples Secretarias do Estado ou direccões nacionais ou simplesmente departamentos, mas passaram a ministérios para pura e simplesmente se justificarem a mordomias para se gastar muito e justificar-se perante os doadores. Isso estende-se à governador da Cidade de Maputo, “representantes” do Estado nos municípios, secretários permanentes, as passeatas chamadas de governação aberta, etc, etc. Veja-se esta brincadeira de a CNE se atribuir o estatuto de um ministério. É com que interesse?
Agora falando da maneira de viver dos nossos dirigentes em África, sou mesmo muito crítico e eu vou os comparando mesmo sem recuar. Sei que muitos têm dificuldades de entenderem que os nossos dirigentes esbanjam muito aquilo que deviam racionalizar. Até certo ponto, sofremos de algum complexo. Sempre que se critica algo recorremos colonialismo, ocidente, etc. Mas o que não justifica o nosso complexo é que depois vamos para Paris para pedir. Os cidadãos dos países ocidentais criticam severamente os seus governantes e até os penalisam (coisa que pouco acontece na África), entretanto eles não recorrem fantasmas. Nós temos saber assumir os nossos erros.

Anónimo disse...

Caro Reflectindo, a minha sugestões é no sentido de discutirmos opções para o nosso país. Pouco me importa o que um británico ou um sueco diga. Importa que nós, que tivemos a oportunidade de ir à escola, olhemos para o nosso país com os nossos próprios olhos.

Porque esses estrangeiros hão-de vir hoje com uma receita, por exemplo, a de Estado mínimo, e nós vamos aplaudir. Amanhã vêm com uma prescrição completamente diferente, e nós aplaudimos. Hoje quando fazemos a opção de investir na agricultura eles aparecem com o berreiro de que estamos a prejudicar os pobres, pois estamos a tirar o dinheiro da saúde, da educação, das infra-estruturas e outros sectores. Para eles, o nosso orçamento deveria se dedicar a financiar as áreas tradicionais dos últimos 20 anos: saúde, educação, furos de água e pouco mais. No entanto, eles colocam biliões de dólares em bancos que faliram fraudulentamente.

A minha pergunta, Reflectindo e Umbhalane é:
(i) acham que os nossos países só devem investir na saúde, educação, poços e estradas como viemos fazendo nos últimos 30 anos?
(ii) o que é que essa opção produziu, em termos de um maior DESENVOLVIMENTO do nosso país e das suas gentes?
(iii) atendendo ao facto de que o nosso país não possui uma burguesia nacional que possa investir robustamente em áreas como a agricultura, o turismo, a pesca e outras com possibilidade de gerar riqueza, quem deveria ser o motor de crescimento nessas áreas? Deixamo-las apenas para os británicos e outros estrangeiros para virem produzir APENAS o que lhes interessa, sem olhar para as necessidades de progresso dos moçambicanos?
(iv) não deveria, o nosso governo, ser o motor que leva ao surgimento de uma classe produtiva nacional, virada para o mercado, em áreas como a agricultura, o turismo, a pesca e outras?
(v) ou seja, o nosso governo não deveria investir de maneira sistemática nessas áreas, nem que para tal tenha que diminuir as percentagens que vão para a educação, saúde, poços e outras coisas que tais?
(vi) um povo bem alimentado não é um povo saudável? um povo desenvolvido e rico não torna o seu sistema de saúde sustentável?
(vii) como é que surge um povo bem alimentado? Como é que surge um povo desenvolvido e rico? Não é com opções ousadas em áreas que os británicos e outros que tais condenam?
(viii) esses ocidentais condenam os esforços dos nossos governos nessas áreas porquê? Não é para os nossos imensos recursos naturais ficarem só para eles?

Para escamotear a discussão das questões vitais do nosso desenvolvimento introduz-se a agenda dos mercedes dos governantes. Ninguém, para o caso de Moçambique, vai verificar que em termos de rendimentos que levam para casa, os membros do governo mais graduados não levam mais de 3 mil dólares. O nosso despeito e a nossa má disposição para com o governo actual vai nos levar a discutir estes valores? O que é que se acha que seria decente um governante africano ter? Vocês não notam que essa discussão é artificial?

Esta agenda foi criada justamente para que gente talentosa como vocês se fixasse nela. Deste modo ninguém discute opções, que é o que interessa aos moçambicanos de Nampula, de Luabo, de Gaza, do Rovuma ao Maputo.

Alfredo Langa

Anónimo disse...

Caro Alfredo,

i.a) os nossos paises nunca envistiram em saude, educacao , pocos e estradas! os nossos paises dizem que fazem isso, mas veja la o tamanho da barriga deles e os carros e diga-la, nao se ve para onde vai o dinheiro?

ii.a)ihhh, essse 'e que 'e o problema!! se investiram e nao produziu nada entao donde vem barriga e mercedes?

iii.a)nao, nao vem das areas que outros condenam! vem do SABER! saber ser Honesto, saber trabalhar, seber estudar, saber ensinar, saber entender, saber discutir, saber construir, saber !!!

iv.a) deveria! mas ai que voce aponta para o problema! nao temos esse governo que voce quer!

v.a)o que deveria e deve, eles do governo 'e que acham! investiram na barragem, exportacao ilegal de madeira, narcotrafico, bebida, artistas pornograficos, mentiras, e estao a andar assim!

vi.a)sim, tem toda razao! mas aqui ricos so sao amigos do presidente!e o governo 'e acionista da Cervejas de Mocambique e investe na bebida pro povo e HIV dispara! estamos a tentar mostrar isso ao governo! mas parece que o presidente e malta dele sao ricos e cegos! nao veem!!

vii.a) ja te espliquei isso no ponto iiia.

viii.a) mas quem se vende aos estrangeiros a vil preco, sao esses governantes que devem imediatamente deixar de governar.

Por ultimo, voce nao 'e Salimo Abdula? umBhalane, Nao 'e Salimo Abdula esse?? Parece! nao quer entender e esta complicar o estrangeiro, quando o problema 'e ele mesmo!!

MZ

Anónimo disse...

Desisto. O odio e o despeito levam aa cegueira, com tudo o que esta palavra encerra. Este paiis estaa lixado! Nao apenas pelos seus governantes. Mas sobretudo pelos seus intelectuais que se deixaram armadilhar em questoes perifericas como o tamanho das barrigas dos ministros. Embora eu tenha visto varios com a barriga bem pequena e os cabelos precocemente embranquecidos

Alfredo Langa

Anónimo disse...

saudacoes,e interessante o debate sobre as mordomias dos membros da cne,pois os coitados representantes do stae ao nivel da base auferem uma autentica miseria,sem nenhuma mordomia,sao subsidios de morrer 5.720 mts por mes(Director da cidade e distritos do stae),2.500 mts para os chefes de dpartamentos, para um trabalho arduo e complexo e desgastante.O fundo para o funcionamento por um mes sao de 7.500 mts,que ABERRACAO.E ainda exigem eleicoes profissionais.

Anónimo disse...

Lendo os comentários acima, reparei um pronunciamento direccionado ao Sr. Gabriel Mutisse (UM DOS NOSSOS GOVERNANTES) do qual resultou uma resposta do próprio visado.
Mas, depois de várias vozes terem seguido no mesmo diapasão que a primeira crítica, eis que vem mais uma VOZ DA FAMÍLIA EM DEFESA DO NOSSO CARO GOVERNANTE... É a voz do "mano mais novo", JÚLIO MUTISSE. Essa voz considera, interpretando-a, que os gastos públicos que vem sendo feitos na alocação de viaturas de luxo aos governantes é justificada.

Bom, não serei repetitivo, mas julgo que os "manos" MUTISSE (mais velho e mais novo)perderam uma grande oportunidade de ficarem calados.

Até porque, quanto ao mais novo, parece-me que a defesa que tenta fazer do irmão, vai contra todos os ideais que parecem ser defendidos no seu blogue ideias subversivas... parecia ser uma pessoa de pensamento imparcial... mas, na primeira oportunidade revelou a seu verdadeira cara.

Oh...mais novo... (um recado)... é certo que não lhe podemos pedir para apagar tudo quanto escreveu no seu blogue www.ideiassubversivas.blogspot.com,... mas, por favor, peço encarecidamente que não escreva mais no outro que acabou de criar, www.legalesubversivo.blogspot.com, pois acaba de nos revelar que é os ideais neles contidos não se identificam com a causa que defende...

PARO POR AQUI.PARA JÁ.

Reflectindo disse...

Amigo Alfredo Langa

Sempre eu quis voltar ao assunto embora muito tempo me faltasse ou mesmo me falte. As questões que colocas são muito importantes para debater mas acho que pecas em duas coisas.

1. Desviaste do tema, pois o tema aqui é ESBANJAMENTO, isto é falta de racionalização do pouco que temos e recebemos doutros países. Se voluntariamente estás a nos desencaminhar isso não é bom. Temos é, apostarmo-nos em debates sem desviarmos os temas. Se achamos que algo mais deviamos discutir, podemos propôr como um novo tema. Eu pelo menos aceito publicar no meu blog.

2. Falas muito neste último comentário de Ocidente, Ocidente, Ocidente. Claro que sei que somos produto da Guerra Fria, mas meu amigo, eu acho estamos (nós os africanos) a exagerar a evocação de Ocidente e nos coloca apenas na situação de quem sentem complexo de inferioridade. Que a Rússia, a antiga RDA, a China, Vietname, Roménia, até mesmo Cuba entre países que na Guerra Fria falavam muito de Ocidente, depois da queda do Muro de Berlim, não falam muito disso, é possível provar. Quanto muito, como é o caso de Cuba de Fidel Castro ou até de Venezuela de Hugo Chaves aponta o país ou o governo em que está contra. Portanto, depois de tantos discursos a falarem do Ocidente, pelo teu discurso comecei a pensar para propôr que estudássemos sobre o que Ocidente significa para nós africanos. Como bloguista acompanhei desde o parto do blog de Carlos Serra mas o termo Ocidente é mais usado neste blog que nos noutros. Porquê será? Cor da pele do bloguista? A origem (suposta, pois o já apurado é que a origem toda humanidade é africana) do bloguista ou comentador? A opinião do comentador?

Pessoalmente há alguma coisa que me despertou atenção. O estudo de John U. Ogbu sobre a prestação dos estudantes afro-americanos é algo para ponderar e seria uma boa forma de venerar este grande homem que já não está entre nós. Mia Couto, aqui em Moçambique tenta nos interpretar uma certa mensagem que quanto não a percebemos, ele passa a ser o tal Ocidente.

Ora se a escravatura ou seja o comércio de escravo foi um facto, e, é o que levou, aos afro-americanos a estarem lá na América, a recusa aos estudos e à ambição, e em vez disso a rebeldia, não é a melhor solução. Para além de Ogbu, Mwakikagile (um estudioso tanzaniano) fez-nos perceber que até os africanos (aqueles africanos negros que foram e vão para América para estudar ou de pais emigrantes) são melhores em prestação aos estudos e mesmo em fazer carreiras profissionais em relação aos afro-americanos. E arriscando-me, diria que na Europa, sem comparação ou com o afro-americano com mais ambições (quis sair daquele ambiente dos states, pois na Europa desenvolvida é notável esta tendência) pode ser melhor ou igual ao africano e americano.

Portanto, seria pedir muito se eu sugiresse que os nossos académicos em Mocambique aceitassem discussão sem meterem aí alguma coisa (Ocidente e colonialismo) sem definição.

Nota: coloquei o termo colonialismo e apercebi-me que era um novo termo no contexto deste comentário. Depois lembrei-me do comentário de Gabriel Mutisse, o Vice-Ministro das Obras Públicas, o qual achei inadequado e se não fosse em África, isto é no Ocidente!!?!?!.
Quanto ao orçamento está lá acima como um outro tema, mas é importante para ser discutido por entre todos nós moçambicanos. Não acho que o problema nos cortes orçamentais em certos sectores e aumento noutros seja para adequar o mínimo económico que temos. Talvez seria para mim melhor em discutir sobre o orcamento num tema propício.

Abração

Anónimo disse...

Caro Reflectindo, o meu texto só tem uma ocorrência da palavra "ocidental". Falo de británicos, principalmente, porque são eles que criticaram as opções orçamentais do nosso Estado. Do nosso Estado, porque esse orçamento foi votado pelo Parlamento.

Falo de estrangeiros porque eles gostam de nos dar lições. E muitos de nós apressamo-nos a aplaudir. Julgamos que as intenções deles são puras. Só as do nosso governo é que são profundamente desonestas.

O inglês que falou expôs uma posição. Essa posição não é inocente. Nem pura. Está de acordo com os interesses do país que representa. Para eles é melhor que não haja nenhuma classe produtiva nacional a explorar as terras, as oportunidades de turismo, as minas e outros recursos. Desse modo, esses recursos serão explorados pelos capitalistas dos seus paíseas. Qualquer opção orçamental tendente a enrobustecer uma classe produtiva nacional será vigorosamente combatida. Em nome dos pobrezinhos. Em nome da saúde. Em nome da educação.

Parecem incapazes de ver que a falta de saúde se deve à inexistência de uma robusta classe produtiva. Parecem incapazes de perceber que a eterna dependência dos nossos sistemas de saúde às suas "ajudas" se deve à incipiência do nosso sistema produtivo. No entanto, para eles, esse sistema produtivo deve ser deixado como está. Para defender os pobres! Tudo palavras muito delicodoces.

Sei que isto parece a tal coisa que chamas "complexo de inferioridade". Mas juro-te que não é. É sempre bom, quando um embaixador fala, procurarmos ver que interesses se escondem por detrás do discurso untuoso e doce. Muitas vezes é chumbo grosso.

Alfredo Langa

Reflectindo disse...

Por acaso o tema já está para sair desta página. Eu chamo sim de complexo de inferioridade. Por realmente em que um doador fala? não será pelo dinheiro que ele doa? E queriamos que ele não dissesse nada quanto ao que dá? Eu acho que não. Mesmo os africanos vivendo e pagando impostos em países que são doadores defendem que as doacões devem ser direccionadas aos destinatórios e não para formar a burguesia africana como defendes. Sabes meu amigo e muito bem, qual foi a consequência da formacão da burguesia mocambicana. Que aconteceu e acontece? Mesmo depois de tudo será que estamos a ver uma burguesia verdadeira? E qual é a razão?

Na minha opinião, a recusa de condicionalismo passa por RECUSAR as doacões. Nós deviamos simplesmente usar o que temos e aí racionalizariamos melhor. Definitivamente não concordo com a criacão de mordomias para uma nomenklatura à custa de doacões em prejuizo dos pobres.

Acho que se queremos fazer correlacão entre esbanjamento e orcamento geral do Estado em Mocambique, temos sim que ver por onde se aloca o dinheiro para mais mercedes, mais instituicões supérfluas como a informal Vice-Presidente da República, certos minitérios, os administradores dos municípios, secretários permanentes, etc. Não concordo que seja cortando a verba na educacão e saúde para colocar num furo onde a nomenklatura pode facilmente alcançar e tirar sem rastos.

Veja que o meu amigo Alfredo, não diz ainda algo sobre esbanjamento.

Anónimo disse...

caro Reflectindo, ninguem aqui falou de dar dinheiro aa nomenclatura. Existem formas de alavancar o sector produtivo sem dar dinheiro a nenhuma nomenclatura. Por exemplo, o Estado pode investir massivamente em regadios e colocar neles associacoes de camponeses. Eu disse associacoes e nao machambas colectivas. Essas aassoociacoes podem (i) ser mais facilmente atingidos pelos extensionistas agricolas; (ii) podem partilhar os custos de lavoura com tractores ou com traccao animal; (iii) podem partilhar os custos dos outros insumos; (iv) podem negociar em conjunto os precos de venda e a classificacao dos seus produtos.

O Estado pode tambem fazer o que Guebuza estaa a fazer nas zonas rurais. Na ausencia de estimulos financeiros proporcionados por bancos privados, o Estado assume transitoriamente esse papel atraves dos 7 milhoes. De referir que quando a iniciativa tomou forma, os ocidentais nao esconderam a sua irritacao. Tiveram que se render perante a persistencia de Guebuza e a grande popularidade do programa.

Pode-se seguir o modelo de Bingu Wa Mutarica que revitalizou a agricultura do Malawi por via de extensao massiva e subsidios nos insumos vendidos aos produtores. Inicialmente com grande irritacao dos doadores.

Como ve, estimado amigo, estimular a producao nao ee, necessariamente, dar dinheiro aa nomenclatura.

Mas onde ee que se vao buscar recursos para estes programas ambiciosos? Da redistribuicao do orcamento, tirando um pouco dos sectores tradicionais. E quando o embaixador ingles reclama nao ee por nao conhecer a logica que expliquei. Ee por estar contra o empoderamento dos africanos na exploracao dos seus recursos.

Queres que eu discuta esbanjamento? Primeiro diga-me o que ee que na tua opiniao um governante deveria ter na forma de (i) salario; (ii) regalias; (iii) viatura; (iv) casa, etc. Depois iamos comparar com o que os dirigentes mocambicanos teem. Antes dessa clarificacao recuso-me a entrar nesse debate.

Se tambem achar que nao deveriam ter salario, regalias, carro... tambem diga.

Alfredo Langa

Reflectindo disse...

Meu caro amigo, percebo-te que o teu interessa é desancaminhar o tema. Mas não és obrigado a concordar comigo como não sou obrigado a concordar contigo.

Coloquei questões concretas e o próprio tema fala de um país como Zimbabwe com 71 ministros e vice-ministros. Todos nós sabemos o que é um ministério. Sabemos dos recursos que um ministério requer.

Em Mocambique temos o aparelho do Estado muito pesado também algo que na minha opinião é só para dar tacho a mais camaradas. É totalmente supérfluo porque o que mais se precisa são professores, enfermeiros, etc, e não Vice-Presidente da República, secretários permanentes, administradores dos municipios, passeatas e banjas. Isso só custa muito e e esses custos deviam ir para o que propões, isto é para agricultura. É disto que estou a falar e não concordo que seja à custa da saúde ou educacão.

Nunca falei do salário de algum governante, mas antes pelo contrário, o que é espantoso em Mocambique é que os nossos governantes não têm salários muito elevados, porém, têm bens que avaliando nem podiam ter sido adquiridos por vencimentos seus, de seus pais, avós e bisavós em conjunto. Podes explicar-nos onde que adquirem esse dinheiro?

Os sete milhões de que falas são populares porque são a "mahala" para uns espertinhos lá nos distritos. Então, não estão aí quase todas as províncias a falarem de que o dinheiro não está sendo devolvido?

Os espertinhos locais gostam sim desse dinheiro. Note que não estou a dizer que estou contra da iniciativa, mas o procedimento. A iniciativa em si é boa, mas como oferta aos espertinhos está errado.

Anónimo disse...

Tenho ido aos distritos por imperativos profissionais e posso te dizer que o programa dos 7 milhoes estaa a ter um profundo impacto na producao e na comercializacao.

Nem que eliminasses todos os ministerios nao mobilizarias todo o dinheiro requerido para alavancar o sector produtivo nacional. Ha-de ser forcoso mexer nas percentagens dos sectores tradicionalmente financiados pelo OGE.

Alfredo Langa