Segundo número da série aqui. Escrevi no número anterior que o importante não era a desmesura do treinador Artur Semedo, mas o recurso sistemático ao feiticeiro externo, uma prática também corrente em política. Na verdade, em política é frequente atribuir a uma entidade exterior, a um inimigo estrangeiro conspirador, a responsabilidade por problemas ocorridos a nível interno. A imputação conspiratória está normalizada no futebol e, a este nível, o árbitro é o bode expiatório.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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