Tratado o ponto da qualidade da obra de Dylan, faltam algumas palavras sobre a nossa habituação à lógica formal. A alma dessa lógica consiste no seguinte: uma coisa não pode ser ao mesmo tempo A e B. Ou é A ou é B. A conjunção ou faz a fortuna deste tipo de crença. Esta é uma crença monofásica, apoiada em permanência pela memória não menos monofásica. Ora, a vida encarrega-se regra geral de mostrar que um fenómeno pode ser ao mesmo tempo A e B. A esse respeito, Bob Dylan é um exemplo paradigmático.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
13 novembro 2016
Bob Dylan, Nobel e memória monofásica [5]
Tratado o ponto da qualidade da obra de Dylan, faltam algumas palavras sobre a nossa habituação à lógica formal. A alma dessa lógica consiste no seguinte: uma coisa não pode ser ao mesmo tempo A e B. Ou é A ou é B. A conjunção ou faz a fortuna deste tipo de crença. Esta é uma crença monofásica, apoiada em permanência pela memória não menos monofásica. Ora, a vida encarrega-se regra geral de mostrar que um fenómeno pode ser ao mesmo tempo A e B. A esse respeito, Bob Dylan é um exemplo paradigmático.
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1 comentário:
"Bob Dylan, Nobel e memória monofásica"
Bob Dylan cantou as belezas de Moçambique numa canção entitulada "Mozambique".
Bob Dylan tem uma outra canção que também é pertinente para MOZ:
"The Times They Are A-Changing"
[Quando os tempos estão mudando... ou nadas ou afundarás como uma pedra]
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