Quarto número da série aqui. Escrevi no número anterior que o que prevaleceu nos críticos - severos alguns - da atribuição do Nobel foi o facto de Dylan não ser unicamente escritor. Melhor ainda: o que prevaleceu foi o facto de a literatura de Dylan servir de suporte permanente ao seu cancioneiro. Os críticos são portadores de uma mentalidade decididamente monofásica.
Tratado o ponto da qualidade da obra de Dylan, faltam algumas palavras sobre a nossa habituação à lógica formal. A alma dessa lógica consiste no seguinte: uma coisa não pode ser ao mesmo tempo A e B. Ou é A ou é B. A conjunção ou faz a fortuna deste tipo de crença. Esta é uma crença monofásica, apoiada em permanência pela memória não menos monofásica. Ora, a vida encarrega-se regra geral de mostrar que um fenómeno pode ser ao mesmo tempo A e B. A esse respeito, Bob Dylan é um exemplo paradigmático.
Tratado o ponto da qualidade da obra de Dylan, faltam algumas palavras sobre a nossa habituação à lógica formal. A alma dessa lógica consiste no seguinte: uma coisa não pode ser ao mesmo tempo A e B. Ou é A ou é B. A conjunção ou faz a fortuna deste tipo de crença. Esta é uma crença monofásica, apoiada em permanência pela memória não menos monofásica. Ora, a vida encarrega-se regra geral de mostrar que um fenómeno pode ser ao mesmo tempo A e B. A esse respeito, Bob Dylan é um exemplo paradigmático.
1 comentário:
"Bob Dylan, Nobel e memória monofásica"
Bob Dylan cantou as belezas de Moçambique numa canção entitulada "Mozambique".
Bob Dylan tem uma outra canção que também é pertinente para MOZ:
"The Times They Are A-Changing"
[Quando os tempos estão mudando... ou nadas ou afundarás como uma pedra]
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