Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
30 abril 2016
"À hora do fecho" no "Savana"
29 abril 2016
Administrador desmente notícia de vala comum com 120 corpos
O administrador da Gorongosa desmentiu hoje a notícia de terem sido encontrados 120 corpos numa vala comum naquele distrito, acrescentando que tudo partiu de uma notícia na "Voz da América". Por sua vez, o mesmo desmentido foi feito pela polícia. - "Rádio Moçambique", programa jornal da noite das 19:30.
Adenda: a notícia tem causado impacto no Facebook, acompanhada de fotos absolutamente sem relação com a suposta vala. Veja-se por exemplo esta sofisticada foto da "Voz da América":
Adenda: a notícia tem causado impacto no Facebook, acompanhada de fotos absolutamente sem relação com a suposta vala. Veja-se por exemplo esta sofisticada foto da "Voz da América":
Adenda 2: em comentário neste diário, mas também em duas páginas do Facebook, eis o que escrevi: "Esta tarde, no Facebook, chamei a atenção para duas notícias sobre os ditos corpos, estando numa uma foto com coisas [presumíveis corpos, mas podiam pedras...] dentro de sacos plásticos negros, com inscrições a branco, estando noutra soldados com bóinas vermelhas. Evidentemente que se procurou com as fotos, aparentemente não pertença da "Lusa", mostrar num caso tecnologia de ponta no enterro em vala comum, uma imputação às forças governamentais noutra. A história dos corpos carece absolutamente de investigação. Finalmente, pelo menos a "Folha de Maputo", citando o administrador da Gorongosa, já desmentiu a notícia. Também neste caso é necessário investigar. A dúvida metódica é sempre útil, especialmente quando se juntam vários fenómenos havidos por negativos e acabamos nuns casos por os termos todos como reais, noutros por dotá-los do mesmo coeficiente de validade."
Adenda 3 às 22:15: "No Facebook circula uma fotografia da alegada vala comum. Porém, a mesma é falsa pois se trata de uma vala comum nas Filipinas. A referida fotografia foi tirada há mais de quatro anos e retrata vítimas das cheias a serem sepultados numa vala comum. A mesma circulou na imprensa portuguesa em Dezembro de 2011." - um texto da "Agência de Informação de Moçambique", aqui.
Adenda 4 às 22:41: fungulamaso [=abre o olho, está atento], sempre.
Adenda 5 às 08:51 de 30/04/2016: confira aqui.
Adenda 3 às 22:15: "No Facebook circula uma fotografia da alegada vala comum. Porém, a mesma é falsa pois se trata de uma vala comum nas Filipinas. A referida fotografia foi tirada há mais de quatro anos e retrata vítimas das cheias a serem sepultados numa vala comum. A mesma circulou na imprensa portuguesa em Dezembro de 2011." - um texto da "Agência de Informação de Moçambique", aqui.
Adenda 4 às 22:41: fungulamaso [=abre o olho, está atento], sempre.
Adenda 5 às 08:51 de 30/04/2016: confira aqui.
PGR vai estudar os procedimentos da dívida pública
Adenda às 04:08 de 30/04/2016: confira também aqui.
Adenda 2 às 06:46 de 30/04/2016: leia aqui.
Em 2012 também houve uma sexta-feira
Em ambos os casos os promotores anónimos das manifestações marcaram-nas para uma sexta-feira, como se fossem os mesmos, ontem com os sms e hoje com as redes sociais digitais.
E hoje é sexta-feira.
Adenda às 07:47: o editor do semanário "Savana", Fernando Gonçalves, está a fazer uma excelente análise no programa "café da manhã" da Rádio Moçambique, a propósito da intervenção ontem do Primeiro-Ministro Carlos Agostinho do Rosário sobre a dívida pública. Uma análise de quem estudou o tema e se furta às emoções, à hostilidade e aos histerismos de certos analistas da praça.
Adenda 2 às 10:05: a "Rádio Moçambique" tem jornalistas nas cidades de Maputo e Beira dando conta do movimento urbano. Resumo neste momento: situação calma em ambas as cidades, em Maputo autocarros públicos, chapas, myloves em maior número agora.
28 abril 2016
Mexeriquismo político rotineiro
Num dos seus livros, Michel de Certeau escreveu que o conflito é inerente à vida social e que toda a sociedade se define pelo que exclui, que toda a sociedade se forma diferenciando-se. Formar um grupo é criar, ao mesmo tempo, estrangeiros. Uma estrutura bipolar, essencial a toda a sociedade, cria um "fora" para que exista um "entre nós"; fronteiras, para que possa existir um país interior; "outros" para que o "nós" possa tomar forma. Temos assim uma lei, a lei do grupo - asseverou Michel - que é, também, um princípio de eliminação e de intolerância. União e diferenciação crescem e marcham a par.
Sobre a credibilidade institucional
Pânico e desarme analítico
Dívida e Renamo: comentários de Joseph Hanlon
Adenda: leia também um texto no "The Wall Street Journal", aqui.
Adenda 2 às 16:18: confira agora aqui.
Adenda 3 às 16:27: um texto de Paul Fauvet no Facebook, aqui.
Adenda 4 às 17:01: um texto da "Reuters", aqui.
Pedagogia da autonomia
Desnaturalização dos fenómenos sociais
Adenda: recorde neste diário aqui.
27 abril 2016
Manipulação internética
Primeiro-Ministro amanhã em conferência de imprensa
Crise e crisecos
Atenção à guerrilha cibernética
Vivemos - e iremos viver mais intensamente - certas turbulências políticas, em Moçambique e no mundo. Nas turbulências políticas surgem boatos, expressos das mais variadas maneiras e pelos mais variados canais. Há boatos espontâneos e boatos intencional e politicamente criados. Estes últimos visam causar indecisão, desorientação, pânico e hostilidade. Prestem especial atenção aos ciberboatos oriundos de ciberfontes havidas por confiáveis mas que mais não são do que exercícios panfletários de guerrilha cibernética agindo sob anonimato, especialmente ao nível das redes sociais digitais.
26 abril 2016
"Não foi apenas por cima de nós que caiu o céu"
Prémio Escolar Editora de Ciências Sociais
Pedido: caso passe por aqui, por favor difunda o regulamento pelas suas redes de amigos e colegas. Obrigado.
Três tipos criminais em Moçambique [5]
25 abril 2016
Vandalizadas campas de crianças
Adenda: há muito que um pouco por todo o país os ossos dos mortos são motivo de assalto e comércio. É necessário e urgente investigar em profundidade o fenómeno, criando-se a nível nacional algo como uma Unidade de Diagnóstico Social, a qual, anos atrás, criei no Centro de Estudos Africanos da Universidade Eduardo Mondlane. Linchamentos e xenofobia foram campos de pesquisa e publicação nessa unidade.
Estradas dialécticas, epidermes complexas
Uma parte dos "brancos" adora ir à praia bronzear-se ou aos institutos de beleza receber raios ultravioletas. Escurecer a pele é um ideal de beleza, ficar escuro, quase negro, dá auto-estima. É suposto que, assim, homens e mulheres se tornam mais atractivos, com mais saúde, com mais "feeling".
Mas enquanto isso, uma parte dos "negros" jovens tenta ficar branca, através da despigmentação obtida com produtos químicos de grande toxicidade sob formas de cosméticos ou de medicamentos usados em dermatologia. Essa é uma prática já muito espalhada em África, designadamente no Congo, no Zaire, nos Camarões, no Gabão, na Nigéria, no Burquina Faso e no Níger.
Fascinante é o mundo, dialécticas as estradas da vida, complexas as epidermes.
No "Savana" 1163 de 22/04/2016, p.19
Se quiser ampliar a imagem, clique sobre ela com o lado esquerdo do rato. Nota: "Fungulamaso" (abre o olho, está atento, expressão em ShiNhúnguè por mim agrupada a partir das palavras "fungula" e "maso") é uma coluna semanal do "Savana" sempre com 148 palavras na página 19. A Cris, colega linguista, disse-me que se deve escrever Cinyungwe. Tem razão face ao consenso obtido nas consoantes do tipo "y" ou "w". Porém, o aportuguesamento pode ser obtido tal como grafei.
24 abril 2016
Futsal: Moçambique no mundial 2016
Recursos minerais e guerra subterceirizada
Três tipos criminais em Moçambique [4]
Sobre a paz
23 abril 2016
Falta-nos a pedalada da Lurdes Mutola
CDH da OAM emite comunicado sobre a dívida pública do Estado
Adenda às 06:49: entretanto, segundo a "Lusa", citando a agência financeira "Bloomberg", uma fonte do banco russo VTB "afirmou que o Ministério das Finanças moçambicano lhes assegurou que todos os financiamentos garantidos pelo Estado foram divulgados ao FMI." Aqui.
Adenda 2 às 06:56: a dívida pública moçambicana faz lembrar a da Grécia, confira um trabalho inserto no portal da "Bloomberg" aqui.
Adenda 3 às 07:26: Graça Machel citada pelo "O País" digital: "O que é preocupante é que o país deixou de ser uma referência, e agora as notícias dizem que Moçambique é dos piores exemplos que se podem encontrar em matérias de contrair e gerir a dívida”. Aqui.
Adenda 4 às 08:16: leia o que o Presidente da República disse ontem em Bruxelas, aqui.
"À hora do fecho" no "Savana"
22 abril 2016
Fractura moral
Adenda às 19:35: entretanto, leiam aqui.
O que Teodato Hunguana disse em 2002
Numa importante intervenção feita em Coimbra em 2003, Augusto Paulino, antigo Procurador-Geral da República, recordou as seguintes palavras de Teodato Hunguana (na imagem), pronunciadas em 2002 na Assembleia da República: "A única forma de evitar que o Estado caia definitivamente nas malhas do crime é desencadear uma guerra sem quartel contra os mentores da alta criminalidade e, também, dos seus executantes ou instrumentos. Um combate apenas dirigido contra estes, deixando aqueles incólumes e intocáveis, significa manter instactas as fontes da sua reprodução, fontes que se tornam cada vez mais poderosas e capazes de se apropriarem do próprio Estado".Saca-rolhas social
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