Quinto número da série. Sugeri aqui três aspectos a ter em conta na reconstrução social da figura de Dhlakama: 1. Questionamento eleitoral, 2. Rebelião política e 3. Cesarismo messiânico. Entro agora no segundo aspecto. O presidente da Renamo é muito mais do que um simples impugnador dos resultados eleitorais. Ele é, por excelência, um rebelde político, um negador permanente do Estado e das suas instituições, um opositor sem perímetro. Qual a matriz dessa rebelião política? É a propriedade de um exército privado, que toma por sua guarda pretoriana. A sua auto-afirmada luta pela democracia passa pela gestão ameaçadora desse exército. Não surpreende, assim, que uma parte significativa da sua linguagem seja feita de termos castrenses.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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