15 outubro 2015

Chupa-sangue em Nampula [1]

De fonte digna de crédito recebi ontem de Nampula a seguinte primeira informação: "Com brevidade, apenas lhe informar que anda por cá novamente uma histeria colectiva nalguns bairros periféricos por causa de um chupa-sangue que anda atacando as pessoas, com várias que já deram entrada no Hospital Central e Centros de Saúde em estado de grande debilidade porque lhes foi chupado o sangue à noite. Nos bairros de Namutequelíua e Zona Verde [para os lados da Serra da Mesa] desde a semana passada que é um bater de lataria ensurdecedor à noite, para afastar o dito-cujo e em muitas famílias as pessoas fazem turnos para dormir, ficando outras de vigília." Mais tarde, foi a vez de uma segunda informação, com o seguinte acréscimo: "Também com esta crise aflitiva, não seria de esperar outra coisa, as pessoas andam loucas de privação." A pessoa que me enviou a informação sugeriu que se alertasse quem de direito, "pois eventualmente estes casos terminam com vítimas, particularmente idosos(as) acusados e publicamente linchados sem que as autoridades consigam impedir a violência."
Vou tentar nesta série escrever um pouco sobre a história e a anatomia da crença no chupa-sangue com base num texto divulgado em 1997 no meu livro Combates pela mentalidade sociológica. Maputo: Universidade Eduardo Mondlane, Livraria Universitária, pp. 68-71.
Adenda às 10:51: recebi a informação de que o fenómeno já se manifesta também no Bairro de Muatala, a oeste dos bairros acima mencionados.
Adenda 2 às 15:01: recebi a informação de que a crença já tinha curso no mês passado na "área de Chocas-Cabaceiras (Grande e Pequena)-Mossuril."

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