Vigésimo quarto número da série. Permaneço no sexto ponto do sumário proposto aqui, a saber: 6. Sobre o ataque a lojas de comerciantes em Moçambique e África do Sul. Escrevi no número anterior que um dos momentos mais dramáticos dos movimentos xenófobos consiste no ataque a lojas de comerciantes, seja o modesto contentor na cidade de Maputo, seja o mercado ou o supermercado na África do Sul. Eis, agora, algumas ideias. A loja é o repositório de dois fenómenos: primeiro, é lá onde estão os espécimes apetecidos de consumo, variedade e fartura; segundo, é lá onde é suposto estar não o proprietário do solo, mas o proprietário móvel das coisas que vão e vêm, da volatilidade, é lá onde estão os sinais ao mesmo tempo próximos e distantes do "estrangeiro". Por hipótese, deve ser dessa maneira, consciente ou não, que em situações de desencanto e privação social a loja é produzida no imaginário popular.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
14 julho 2015
Xenofobia e shangaanfobia: história e estereótipos na África do Sul e em Moçambique (24)
Vigésimo quarto número da série. Permaneço no sexto ponto do sumário proposto aqui, a saber: 6. Sobre o ataque a lojas de comerciantes em Moçambique e África do Sul. Escrevi no número anterior que um dos momentos mais dramáticos dos movimentos xenófobos consiste no ataque a lojas de comerciantes, seja o modesto contentor na cidade de Maputo, seja o mercado ou o supermercado na África do Sul. Eis, agora, algumas ideias. A loja é o repositório de dois fenómenos: primeiro, é lá onde estão os espécimes apetecidos de consumo, variedade e fartura; segundo, é lá onde é suposto estar não o proprietário do solo, mas o proprietário móvel das coisas que vão e vêm, da volatilidade, é lá onde estão os sinais ao mesmo tempo próximos e distantes do "estrangeiro". Por hipótese, deve ser dessa maneira, consciente ou não, que em situações de desencanto e privação social a loja é produzida no imaginário popular.
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