A primeira grande tarefa na mudança de um determinado modo de vida social consiste em mudar a forma como a pensamos. Mas mudar a forma como a pensamos leva tempo, muito tempo, o tempo do tempo diverso e complexo. O grande problema das revoluções que procuram substituir o passado pelo futuro está em trocar esse imperativo pelas crenças espasmódicas e autoritárias, ao sabor dos instintos e da pressa revolucionária. Nenhum apagador decisório apaga o múltiplo giz social. Mas a história - feita para o movimento - será sempre a dialéctica da rotina e do espasmo, do velho e do novo, da tradição e da novidade, da permanência e da ruptura.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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