Quarto número da série. Aproxima-se rapidamente o que chamo Acordo de Maputo, o qual irá suceder ao Acordo de Roma. Após a grande guerra de alta intensidade de 1976/1992 e a pequena guerra de baixa intensidade de 2013/2014, o novo acordo de paz requer bem mais do que ministros, juristas e militares. Já escrevi haver necessidade da presença permamente de corpos de cientistas sociais que tenham por missão (1) criar as bases para uma saúde mental efectiva através da psicotraumatologia e da sociotraumatologia dos dois conflitos e (2) criar condições para a produção de fóruns públicos de apresentação e debate dos resultados das pesquisas nos campos atrás mencionados. Mas não só, importa ainda responder a esta pergunta: como desarmar culturalmente as mentes? Ora, a nossa cultura possui o registo histórico, muito antigo, de todo um corpo cerimonial profiláctico destinado a apaziguar os espíritos, a amortecer e a desviar o impacto do ódio e da dor, a tentar a efectivação dos caminhos do diálogo. Esse cerimonial foi reactivado, aqui e acolá, após 1992. É, certamente, oportuno repô-lo.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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