Algumas hipóteses: facebook (especialmente) e twitter desempenham hoje o papel de bálsamos, de calmantes, algo como ciberdiazepan. São os herdeiros dos velhos amigos confidentes e das velhas amigas confidentes, dos ombros humanos tornados velharias, das amizades de rua, das camaradagens clássicas, são mecanismos substitutos, compensatórios. Provavelmente as redes sociais desempenham também o papel pagão dos confessionários religiosos, dos padres de antanho, Mark Zuckerberg, Jack Dorsey, Evan Williams, Biz Stone e Noah Glass são os criadores do cibersacerdócio e da ciberconfissão. Eles são, afinal, cibersacerdotes. Confissões, fotos, exclamações, descrições da vida pessoal, pedidos de apoio, apelos, multiplicação de redes de "amigos" (multidões ciberdomesticadas e ciberdigeridas no clique de um mouse), etc. - tudo isso é um complexo vital e comportamental de grande intensidade, uma busca intensa de ciberempatia. Nota: estão fora destas pequenas hipóteses páginas do tipo jornalístico e científico.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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