Regra geral, quando o presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, faz afirmações castrenses, o "Notícias" vai ouvir políticos ditos da oposição. Como habitualmente entrevistou Yá-Kub Sibindy do PIMO e Miguel Mabote do Partido Trabalhista, surgindo ambos a dizer que Dhlakama é um político falido e belicista, acrescentando o primeiro que irá queixar-se de Dhlakama ao Tribunal Penal Internacional e prevenindo o segundo que prender Dhlakama é criar um mártir. Não tendo desta vez ouvido João Massango, o jornal deu a palavra a André Balate do Partido de Reconciliação Nacional, que se limitou a fazer coro com os outros dois. O problema foi entrevistar Raul Domingos do PDD e Francisco Campira da plataforma G-12: o primeiro apareceu a dizer que o povo que passa grandes dificuldades quer mudança, alguém com força para isso, fazendo ainda uma crítica a certos partidos da oposição; o segundo, surgiu a dizer que o discurso de Dhlakama só ameaça quem está no poder, não o povo, acrescentando que é a falta de diálogo que gera esse discurso num país onde o arrogante partido no poder parece só ouvir os outros quando alguém ameaça, além de que prender o presidente da Renamo equivaleria a incendiar o país. Diante destes dois tipos de posição num quadro geral afirmado como sendo de oposição, o jornal optou pelo seguinte título do conjunto de entrevistas: "Dhkalama deve ser ponderado - opinam políticos da oposição". Sobre partidos políticos da oposição em Moçambique, recorde neste diário aqui.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
10 comentários:
Este post diz tudo, não é necessário mais nenhuma palavra.
Os partidos da oposição parecem não ter um ponto de convergência. Quando o Dlhakama isola-se no silêncio, os outros da oposição, simplesmente nenhum deles faz denotar a sua existência, nem como líderes e nem como opositores do partido no poder. Mas quando o veterano político reaparece, os outros opositores ressuscitam e entram na ofensiva contra o general, uns até prometem denunciá-lo em Haia. Ora, essa não passa de uma atitude infantil. O jornal Notícias ao invés de criar um espaco para conflito entre os opositores, devia consultá-los sempre para colher ideias e perspectivas sobre os assuntos de maior relevância.
Sibindy, Mabote e Balate não representam a Oposição!
Tomás Queface,
"ideias e perspectivas"! hehehe vindos de onde? quanto ao posicionamento do Notícias o Professor Serra refe-se a uma questão obvia... discursos e actos moderados não só se pede ao Dlakama mas aos políticos moçambicanos no todo incluindo os deputados: diz que "as presidências abertas estão a cima de qualquer necessidade do Estado"; assim como afirmar que "pobreza é uma questão de demência" é ofensivo. Portanto, devemos nos respeitar uns aos outros mutuamente (governantes e governados).
Surgiu-me uma questão: o que seriam "discursos e actos moderados?
Partidos?????????eheheheheheh!!!!
Meu caro T. Queface,
"discursos e actos moderados" é o que não ofende nem ameaça-nos
volte a ler o meu post anterior.
Vc já viu régulo que não tem sipaios?
Talvez se aplique na terra deste lado com alguns retoques - "A situação política na Argélia não pode ser comparada com a Tunísia ou Egito e o poder "instrumentaliza" a população com o risco de um "regresso ao passado" para impedir a contestação social, disse à Lusa um dirigente da oposição.
"Num país como a Argélia há muitas semelhanças com o antigo sistema dos países do leste, o jogo institucional é secundário. O verdadeiro jogo está mais ao nível do poder dos diversos serviços de informações, mais que na sociedade ou instituições. Do exterior é muito difícil entender a paisagem política argelina porque está poluída de falsas organizações e falsos partidos políticos", disse Karim Tabbou, 36 anos, primeiro secretário da Frente das Forças Socialistas (FFS), uma das mais antigas formações política do país, na oposição.
"A eficácia do regime argelino reside na sua força e capacidade para ser o primeiro a ocupar a rua através de organizações que não são credíveis", afirmou o líder da FFS, contactado por telefone em Argel
Ler mais: http://aeiou.expresso.pt/argelia-paisagem-politica-esta-poluida-por-falsos-partidos--lider-da-oposicao=f632392#ixzz1TJbiSc2Y
Ora la esta. E bom lembrar que a primeira fornada de "herois" tambem treinou la...
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