04 abril 2011

Inédito

Tenho para mim que é inédito a Organização dos Trabalhadores de Moçambique criticar o governo, tão ciosa de bom comportamento é. Mas desta vez fê-lo, criticando o governo "pelo facto de ter decidido atribuir subsídios de alimentação e de transporte sem a realização de um diálogo sobre a matéria." Recorde neste diário aqui.

10 comentários:

Unknown disse...

O sindicalismo é feito por outras pessoas e em outros contextos. Estamos a introduzir reformas dentro do movimento sindical, aparentemente são as mesmas caras que aparecem na imprensa mas na verdade a juventude sindical quer mudanças em todas as esferas sociais do nosso viver e isso não é possível sem podermos tratar o erro por tu.

Mais, pensamos que desenvolvimento requer mudanças ousadas, criatividade, assumir o risco etc. portanto, a OTM poderá assumir o lugar que merece na sociedade para o bem de todos nós.

Abdul Karim disse...

Concordo com Chacate,

A OTM 'e bem-vinda, pois cabe a ela também gerir esta mudanca, que 'e todos nos, todos mesmo,

Se estao acontecer coisas "inéditas" 'e sinal que todos começam a aperceber que as mudanças estao a acontecer, e sao necessárias, pois nao temos muitas aternativas,

Ao governo exige-se uma "maior abertura" para com sociedade civil, e na "abertura" nao penas dialogar, mas considerar propostas e aplica-las,

Isso valoriza o Governo, e o torna mais interactivo e eficaz.

E a sociedade civil, se torna mais dinâmica e comparticipava nas soluções,

Acho que conseguimos todos evitar "convulsão social" no primeiro momento critico e de risco, que era a 01 de Abril, nao houve qualquer tipo de agitacao e isso 'e muito positivo,

E se com formos serenos, conseguiremos ultrapassar essa ma fase do pais,

Acredito,

Juntos , Unidos, Inclusos,

Venceremos com certeza

ricardo disse...

De facto, e inedito. Mas nao me recordo de alguma vez os sindicalistas, e a OTM em particular, terem defendido a solucao CESTA BASICA para os trabalhadores mocambicanos. Afinaram sim no diapasao do esteril aumento salarial, o que por outras palavras foi como discutir migalhas com o patronato.

Por isso, a pergunta que deveriamos FAZER era saber por que incomoda tanto a CESTA BASICA aos sindicatos, se com o salario minimo nunca houve melhores resultados? E qual e a relacao entre o sindicalismo e os baixos salarios actuais?

Obvio. O sindicalismo e o patronato de Mocambique ha muito que andam de maos dadas. Tem os seus postos de trabalho protegidos e recebem salarios chorudos para tocar a musica do patrao. E nao foi preciso o Soares Nhaca chegar a ministro para percebermos isso.

Caiu a mascara. Vao e trabalhar malandros!

Chacate Joaquim disse...

Caro ricardo,
quando discutimos assuntos da nação devemos evitar especulação.

(In)felizmente eu também já pensei como pensas mas depois de ir ao fundo da questão percebi o contrário.

Veja, a oucupação de lugares de chefia como de Ministros, Governadores e outros não é causa para a fagilização dos sindicatos porque o mesmo a contece na RSA e outros paises mas os sindicatos nunca deixaram de defenderem sua causa! até na RSA há Sindicatos que tem minas de ouro e outros minerais como propriedade dos trabalhadores...

Outra coisa, é preciso perceber que nos governos sérios os dirigentes executivos vem da sociedade civil, das massas porque estes tem noção dos anseios do povo. Pelo que isso nada tem haver com a fagilização da OTM-CS.

Quanto ao que diz que a OTM devia precionar a economia para dar o que tem é uma demostração desconhecimento dos ditames que norteiam o aumento dos rendimentos do trabalhador.

A OTM deve exigir explicação sim do CABAZ sempre que não perceber os determinantes duma decisão governamental que mexe com a vida da classe que representa. não para fazer guerra como muitos pretendiam que fosse!...

Veja meu caro ricardo, temos a ordem dos advogados, dos engenheiros, dos médicos, etc todos estes são sindicatos. quantas vezes estes todos sederam as decisões do governo? mas quando é OTM há falácias infundadas.

Não está-se a dizer que a decisão do governo é má. Aí ainda não chegamos queremos que o Governo decida em forum legalmente constituidas quando o assunto nos diz respeito só.

Chega de pensarmos que os sindicatos são feitos de analfabetos que ném se quer conhecem seus direitos.

Ao Trabalhadores queremos consciência de classe pelo bem de todos nós.

Os trabalhadores são inocentes que quando ganha um pouco mais do salário mínimo começa a inventar como o ricardo para não juntar-se aos outros porque não quer pagar quota que é de 1% geralmente! Mas no dia que tem um processo disciplinar quer a mão de toda organização! vamos mudar o governo precisa ser fiscalizado todo o momento pela mesma razão.

ricardo disse...

Eu nao estou a especular nada. Leio jornais e tenho a memoria, desde os ano 80, quando os via a desfilar na 25 de Setembro a darem vivas a Machel. Sempre os observei, ate hoje.

Tome nota, a RSA e o pior exemplo de distribuicao de riqueza e igualdade social que se conhece em Africa. Outra coisa, nao confundamos associacoes profissionais elitistas com massas de assalariados a rocar a pobreza. Isto sim, e que e um sofisma irrefutavel, mae de todas as falacias. No dia que me demonstrar que um Medico, um Economista ou um Professor Universitario precisa de uma Cesta Basica para trabalhar, entao sera melhor pedir para sermos anexados a Swazilandia, pois nao nos restara mais nada nesta vida.

E de que falacias fala? V.Excia pensa que o esforco financeiro da CESTA BASICA vira dos doadores? Esta muito iludido. Vira dos impostos que serao cobrados aos cidadaos, como eu, e empresas donde esses sindicalistas imanam. Em suma, eu e outros tantos trabalhadores de classe media e que sustentaremos o DEVER do Estado que nunca se preocupa TAXAR quem efectivamente deveria contribuir com equidade para os cofres da Nacao. E nem sequer faz o esforco de POUPAR o superfluo a bem dos que mais necessitam. O rei vai nu, sr. Chacate. Ou e ingenuo, ou anda tao distraido que nao reparou que desde Janeiro de 2011, o Governo ja reviu o Plano Orcamental em baixa tres vezes! Isso e anormal em Economia. Veja o caso Socrates em Portugal. Com mais impostos que o Estado quer arrecadar, perdem os patroes e perdem os empregados. Neste caso - os sindicalistas, empregados privilegiados, quinta-coluna do poder economico, que perdem utilidade e vao para o desemprego. Em suma, a CESTA BASICA, nao deixando de ser socialmente correcta, serve os interesses politicos (uma vez mais) de quem governa, como mais uma jogada de marketing politico para anestesiar o pais das dolorosas medidas draconianas impostas pelo Banco Mundial e FMI que eximem sempre a TAXACAO do capital internacional em Mocambique. Porque esse, e e sempre foi, o papel desses organismos no alinhamento financeiro internacional. Mas nao e por causa disso que iremos agora embarcar na cancao do bandido, manifestando condolencias aos sindicatos por estarem a levantar a crista num SOS patetico. Era so o que faltava.

E mais nao digo.

Chacate Joaquim disse...

"(...)tenho a memoria, desde os ano 80, quando os via a desfilar na 25 de Setembro a darem vivas a Machel. Sempre os observei, ate hoje."

Ricardo, receio não ter percebido o citado. quer dizer o quê como o acima citado?

Não vejo problema nenhum no que se refere acima! Quantas organizações não estatais participaram na libertação da África e na consolidação das independências? isso retira a legitimidade ou o seu estatuto?

Sim, a OTM surge nesse contexto e daí?

Na RSA há problemas de má distribuição de riqueza. sim, qual é o melhor?

Ricardo, estamos a discutir o facto de o Professor Carlos Serra achar inédito o comportamento dos Trabalhadores perante a decisão do governo de distribuir CESTA BÁSICA.

Infelizmente também não diz porquê? Porém nós deduzimos o comum segundo a qual "A OTM é deixa andar por causa da sua relação insestuosa com o Governo da FRELIMO".

Daí, agente diz, isso é falacioso porque agénese da OTM em nenhum momento compromete o alcance dos seus objectivos. Porém mesmo a COSATO tem uma génese semelhante mas quando não concorda com alguma coisa que lhe toca directamente consegue manifestar descordando.

O Problema do ricardo e outros não é muito claro! Daí que concluimos que ele deve andar zangado com alguma coisa que devia procurar se esclarecer melhor porque o que cirula e o que observamos pode não ser. Melhor é testar.

A OTM não se identifica com as medidas da cesta básica 'porque não houve esclarecimentos em forum próprio só. e Eu acho legítima a posição da OTM o ricardo também...

Então, junte-se a OTM e ofereça essa força para o bem de todos nós.

ricardo disse...

Poupe a retorica e responda:

QUEM VAI SUSTENTAR A CESTA BASICA? E COM QUE DINHEIRO?

Dispenso retoricas adicionais.

Chacate Joaquim disse...

Ricardo,
O que está em discunsão?

É que a OTM está efectivamente questionar a sustentabilidade da decisão do Governo.

Portanto, se há quem deve responder se é da caixa 1 ou 2 de onde vai se tirar o dinheiro é o Governo e a OTM também está preocupada com isso, sobre tudo porque há lugares próprios onde isso poderia se discutir.

Pelo que, isso mostra que o ricardo quanto a OTM fazem a mesma a avaliação sobre a decisão do Governo.

O que ném o Ricardo e muito mesnos o Professor Serra não respondem é, o que torna a acção da OTM inédita?

Não vejo retórica alguma aqui!...

ricardo disse...

Primeiro, a OTM sempre serviu os interesses do patronato. Primeiro, o Estado, que lhe pagava o salário e lhe dava a dotação orçamental. A situação pouco se modificou. Por mais de 15 anos andou a OTM e os outros a discutir os salários às migalhas, e sempre com Soares Nhaca a timoneiro. E mais, é conhecida a declaração pública de voto da OTM por um dos candidatos em 2008. Em nome de quem? Portanto, a OTM continua sendo uma organização democrática de massas, tal como a OJM. E não é bem-vinda na Função Pública. Vade Retro.

Segundo, a iniciativa de vir discutir aumentos salariais por sectores foi do patronato e a OTM endossou mesmo sabendo que isso era lesível aos trabalhadores, pois tudo não passava de uma manobra de dividir para reinar. Em momento algum se poderia provar que sectores é que teriam maior produtividade em função das políticas económicas e orçamentais de Moçambique que são alteradas sempre que Crude sobe ou desce, coisa que a OTM, estranhamente, raramente se refere. Como foi possível A OTM vender-se à causa do patronato? A bem da verdade, só fala de questões laborais quando o desfile do 1ºMaio está próximo. Este ano, começou a falar mais cedo. Inédito, mas já sabemos porquê.

Terceiro e último, a CESTA BÁSICA vai ser paga por quem trabalha. E por quem dá trabalho. Refiro-me ao trabalho assalariado e não ao sazonal. Por outras palavras, o funcionalismo público, os trabalhadores do sector público e privado e o patronato das fábricas, comércio, etc. onde a OTM tem a sua base de implantação. Ora, nisso é que impacta a questão salarial. E aqui é que está o busílis da questão. A CESTA BÁSICA é socialmente justa, mas no nosso contexto actual, queremos demonstrá-lo à custa de outra injustiça, o aumento da carga fiscal sobre a população assalariada que trabalha e recebe acima do salário mínimo. O grupo-alvo que porventura receberá este incentivo é urbano e compreende muitos assalariados que vivem na cintura das urbes, que todavia bem poderiam estar no campo (donde provêem) se o Estado tivesse políticas consistentes para as zonas rurais, e não políticas selvagens de VENDA DE DUATS, por exemplo. Ora justamente por causa da informalidade dessa população é impossível determinar se os seus rendimentos estão realmente abaixo do salário mínimo nacional. Mas o que é salário mínimo nacional? É o símbolo patético da incompetência da gestão da nossa economia. O que se esperava de uma OTM era uma posição própria e independente, coisa que nunca teve, e não a afinar na ladainha do patronato que se vê agora por causa da CESTA BÁSICA na contingência de: (1) despedir pessoas, pois não poderá manter o esforço salarial para compensar abatimentos salariais. Ou (2) simplesmente baixar os salários para preservar empregos, mas criando um novo grupo de pobre esfomeados. Em qualquer destes cenários, é muito fácil perceber que o papel corporativista da OTM, já de sí inócuo, extingue-se por morte natural. E volta-se novamente ao princípio, mas desta feita com mais CESTAS BÁSICAS para distribuir, so que aí, iremos é despedir os sindicalistas dessas empresas...

Porque a QUESTÃO de fundo, que a OTM nunca fala, é exigir ao Estado que colecte os impostos a quem realmente TEM e PODE pagar, concretamente, os muitos investidores estrangeiros, ou em parceria, com isenções fiscais escandalosas. E até algumas empresas públicas nacionais sonantes no mercado com custos operacionais proibitivos. Mas como pode, se é parte do problema?

Isso é equidade social e racionalidade económica. E esse é um princípio que nenhum sindicalista da OTM e até os outros, alguma vez publicamente se bateu. Não fossem os monólogos de Castel-Branco, andaríamos nós todos a murmurar nas trevas...

Em suma, a OTM está entre a espada e a parede. Não pode criticar o Governo, porque imana deste. Mas não pode negar a CESTA BÁSICA por isso seria mal visto por quem tem fome. É nesse jogo de trapezismo sindical que enquadramos o facto, tido como inédito.

Quando na realidade se trata de um acto de desespero perante a morte anunciada do sindicalismo estatal.

Chacate Joaquim disse...

"Primeiro, a OTM sempre serviu os interesses do patronato. Primeiro, o Estado, que lhe pagava o salário e lhe dava a dotação orçamental. A situação pouco se modificou. Por mais de 15 anos andou a OTM e os outros a discutir os salários às migalhas, e sempre com Soares Nhaca a timoneiro. E mais, é conhecida a declaração pública de voto da OTM por um dos candidatos em 2008."


Hehehe... um dia poderemos discutir a questão da inteligibilidade dos nossos intelectuais.

O que o meu amigo ricardo se refere não é nenhuma prova de que a OTM é aliado do Patronato ou do Governo pelo menos no que se refere á mediação e monitoramento da relações laborais.

Não compreendo porque a OTM deixaria de ser uma organização isenta por estar a receber receitas do Orçamento do ESTADO, bem dito do Estado! conhece um situação diferente no mundo?

O que nós sabemos é que mesmo a a KAD sinticato Dinamarques recebe fundos do orçamento do Estado, RSA idem e tantos outros países... onde é que isso não acontece?

2-Declarar o apoio a um certo candidáto às eleições em 2008. Irmão, não seja confundido! Quem disse que a sociedade civil não tem preferências políticas? mesmo na RSA a COSATO manifestou seu apoio a ANC mas quando chega a vez de defender seus interesses como movimento sindical defende com unhas e garras! portanto, isso é uma falácia...

Quanto à assunção da OTM na divisão dos trabalhadores por sectores dou mão à palmatória.

Porém, isso em nenhum momento prova a aliança desta com o patronato, é que em quanquer negociação há falhas. daí que hoje, a estrutura da OTM é composta por pessoas capazes de detectar o erro antes, é uma questão de estratégias não aliança!

HÁ REFORMAS NA OTM IRMÃO ESPERA PARA VER. O nacionalismo que sempre se evocou para a OTM protelar muitas medidas deixou de ter sentido quando muitos eriquecem a custa do trabalhador...

Para dizer que em algum momento tens a sua razão durante muito tempo a OTM foi muito passífico em nome do patriotismo!!!