28 março 2011

Urânio empobrecido: uma estranha forma de proteger os civis líbios

De um trabalho de David Wilson: "Os mísseis que levam pontas dotadas de urânio empobrecido ajustam-se perfeitamente à descrição da bomba suja ... Eu diria que é a arma perfeita para matar muita gente - Marion Falk, especialista em física química (aposentada), Laboratório Lawrence Livermore, Califórnia, EUA. Nas primeiras 24 horas do ataque contra a Líbia, os B-2 americanos arrojaram 45 bombas de 2.000 libras de peso cada uma [pouco menos de mil quilos]. Estas bombas enormes, juntamente com mísseis de cruzeiro lançados de aviões e navios britânicos e franceses, continham ogivas de urânio empobrecido." - em espanhol aqui, no inglês original aqui, para traduzir aqui.

1 comentário:

ricardo disse...

Pois e. Mas qual e a finalidade do uranio empobrecido nas ogivas e bombas?

Creio que na visao aposentada da "fisica" seria para repetir a tragedia de Fukushima. Mas na realidade, nao e. O uranio empobrecido, de baixa radioactividade, tal como se indicia e para aumentar o poder de penetracao da bomba junto ao alvo em concreto, pela energia elevada que se liberta ao se dar o impacto (fissao) na couraca de um tanque, no betao, numa rocha, etc.

E evidente que ha riscos para a saude, no caso de exposicao constante aos residuos em quantidades anormalmente grandes, assim como haveria para quem se expusesse ao amianto, por exemplo telhados de fibro-cimento muito usados na construcao de baixa renda em Mocambique. Usasse geleiras com zarcao exposto, material comummente usado pelos biscateiros que reparam frigorificos em Mocambique. E ate, que trabalhasse em minas de carvao sem tomar leite, como sucede em Moatize.

Mas nada que se compare ao que se passa hoje em Fukushima...

E se motivos de preocupacao existirem, esclareco que todas as municoes de artilharia usadas na guerra de Mocambique continham mercurio vermelho, que e muitissimo mais letal que o uranio emprobrecido. Geralmente quem foi intoxicado pelo vapor do mercúrio pode apresentar sintomas como dor de estômago, diarreia, tremores, depressão, ansiedade, gosto de metal na boca, dentes moles com inflamacao e sangramento na gengiva, insonia, falhas de memória e fraqueza muscular, nervosismo, mudanças de humor, agressividade, dificuldade de prestar atenção e até demência. Mas pode contaminar-se também através de ingestão. No sistema nervoso, o produto tem efeitos desastrosos, podendo dar causa a lesões leves e até à vida vegetativa ou à morte, conforme a concentração, como alias, nos mostram e muito bem, os efeitos da doenca de Minamata (Japao).