O segundo número desta nova série.
Escrevi no número inaugural que nos mais variados pontos da cidade de Maputo, mas especialmente nas avenidas Kenneth Kaunda e Friedrich Engels, centenas de pessoas correm ou andam diariamente, manhã cedo, fim de tarde, todos os dias, jovens, idosos e meia-idade, homens e mulheres, magros e gordos, produzindo simbolicamente saúde.
O que quero com isso dizer? Quero dizer várias coisas.
A começar, acho bem destacar um fenómeno banal mas cheio de significado motriz: a adopção generalizada, criteriosa e muito ritualizada dos artigos desportivos em vigor nos estádios e nos programas desportivos das televisões, como sejam sapatilhas, bonés, calções ou fatos de ginástica, garrafinhas de água, etc. Nos casos mais sofisticados, medidores de tensão arterial nos antebraços. A adopção desses gloriosos ingredientes da pujança física traduz um primeiro momento vital na saúde que se pretende adquirir ou manter: a democratização personalizada do vigor simbólico dos atletas reais. Vestir, andar ou correr como os atletas reais é um primeiro patamar oniricamente exigido e atingido pelos candidatos à saúde pedestre (crédito da imagem aqui).
Escrevi no número inaugural que nos mais variados pontos da cidade de Maputo, mas especialmente nas avenidas Kenneth Kaunda e Friedrich Engels, centenas de pessoas correm ou andam diariamente, manhã cedo, fim de tarde, todos os dias, jovens, idosos e meia-idade, homens e mulheres, magros e gordos, produzindo simbolicamente saúde.
O que quero com isso dizer? Quero dizer várias coisas.
A começar, acho bem destacar um fenómeno banal mas cheio de significado motriz: a adopção generalizada, criteriosa e muito ritualizada dos artigos desportivos em vigor nos estádios e nos programas desportivos das televisões, como sejam sapatilhas, bonés, calções ou fatos de ginástica, garrafinhas de água, etc. Nos casos mais sofisticados, medidores de tensão arterial nos antebraços. A adopção desses gloriosos ingredientes da pujança física traduz um primeiro momento vital na saúde que se pretende adquirir ou manter: a democratização personalizada do vigor simbólico dos atletas reais. Vestir, andar ou correr como os atletas reais é um primeiro patamar oniricamente exigido e atingido pelos candidatos à saúde pedestre (crédito da imagem aqui).
(continua)
4 comentários:
Bela janela aberta. Seria interessante saber quantas pessoas viram a saúde melhorada com as corridas. No Repinha tb ha gente a correr.
Varios dos corredores em chegando a cada e tomado o banho comem até rebentarem ficando de novo gordos. Tambem propunha o estudo dos que aumentaram de peso...
Na verdade, mesmo a aceitacao do termo Ciencia Social e uma grande conquista em Mocambique. Tempos houve em que isso foi confundido com Curso Superior de Assitencia Social...
Correr e saude. Tempos houve em que se fizeram campanhas com esse lema. Lembro-me inclusivamente de um conhecido comerciante que teve uma sincope depois de participar numa jornada dessas...Deu brado. E a campanha morreu assim, com multiplas recomendacoes para TODOS ir-mos ao medico antes de nos colocarmos em pista!
Hoje em dia, ha uma miriade de sugestoes. Desde dietas macrobioticas ate "bombas" que tranformam um peso mosca num RAMBO em apenas dois meses. E o poder da IMAGEM. Imagem vende. Imagem da emprego. Imagem justifica o salario de muitas instituicoes publicas!
P.S.
Houve mexidas nas telefonicas nacionais. Ha outsiders na area. Enfim, neste pais tudo e possivel. Quem ja viu uma engenheira quimica a tratar de assuntos sociais, tambem podera ver outra coisa qualquer. O lobby gay e que nao deve ter ficado nada satisfeito...
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