17 março 2011

O fim dos silêncios, dos segredos e das distâncias (8)

O chefe deve regulamentar as conversas da aldeia (provérbio congolês)
Coisas novas têm acontecido muito rapidamente. Tal como Lucky Luke dispara mais rápido do que a sua própria sombra, essas coisas novas surgem mais rapidamente do que o próprio novo. Isso, a propósito de dois fenómenos: o WikiLeaks e os sismos sociais no Norte de África e no Médio Oriente, um e outro amplamente descritos e analisados neste diário.
Prosseguindo esta série:  escrevi no número anterior que se o WikiLeaks abriu a caixa-negra dos segredos dos Estados e dos poderosos, as revoltas em África e no Médio Oriente abriram a caixa-negra das ansiedades populares e dos protestos visando um futuro diferente, fazendo com que rapidamente as vozes de um dado país fossem ouvidas e replicadas pelas vozes de outros países.
Na verdade, contra o pensamento de certas correntes neo-liberais apologistas do fim da história e do papel acomodador desempenhado pelos mercados na produção mundial de indivíduos despolitizados e consumistas, as revoltas em África e no Médio Oriente fizeram re-ouvir o princípio da história permanente, a exigência popular de Estados ao seu serviço, ao serviço do bem-estar.
Termino esta série mais tarde.
Crédito da imagem aqui.
(continua)

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