07 março 2011

O fim dos silêncios, dos segredos e das distâncias (7)

O chefe deve regulamentar as conversas da aldeia (provérbio congolês)
Coisas novas têm acontecido muito rapidamente. Tal como Lucky Luke dispara mais rápido do que a sua própria sombra, essas coisas novas surgem mais rapidamente do que o próprio novo. Isso, a propósito de dois fenómenos: o WikiLeaks e os sismos sociais no Norte de África e no Médio Oriente, um e outro amplamente descritos e analisados neste diário.
Prosseguindo esta série: escrevi no número anterior que o WikiLeaks trouxe para as vias públicas deste nosso vasto e moderno mundo muitos dos segredos que fazem o dia-a-dia da gestão dos Estados, segredos de hegemonia ou da sua busca, segredos de alianças e de desentendimentos, segredos de guerras ou da sua preparação, segredos de corrupção, segredos de roubos e de crimes, segredos de espionagem, segredos da vida íntima, segredos de amor e ódio, segredos, enfim, do cesarismo político moderno. Todo um vasto e diversificado mundo ao qual os povos regra geral não têm acesso.
Mas se o WikiLeaks abriu a caixa-negra dos segredos dos Estados e dos poderosos, as revoltas no norte de África e no Médio Oriente abriram a caixa-negra das ansiedades populares e dos protestos visando um futuro diferente, fazendo com que rapidamente as vozes de um dado país fossem ouvidas e replicadas pelas vozes de outros países.
Prossigo mais tarde.
Crédito da imagem aqui.
(continua)

1 comentário:

Salvador Langa disse...

Força professor!