13 março 2011

Dos megaprojectos às mega-ideias (7)

Escrevi no número inaugural desta série que uma grande ênfase tem sido dada aos megaprojectos do país. O problema pode ser resumido assim: precisamos taxá-los, taxando-os a nossa vida melhora. Vou tentar discutir esse pressuposto com algumas mega-ideias.
Recordo o que escrevi no número anterior: para que, um pouco como na banal história da humanidade, possamos decisivamente passar da fase da recoleção para a fase da produção, é preciso que duas coisas estejam reunidas: um Estado ao serviço de uma burguesia social investindo na produção e uma burguesia ao serviço de um Estado social investindo no bem-estar dos cidadãos.
O que se segue mora apenas nos ideais, nos sonhos, é esse o seu rigoroso perímetro.
Algumas notas sobre história geral: o capital mercantil nasceu invariavelmente com a trapaça e o saque. O capital industrial tem igualmente o sinete da história: veio à vida e desenvolveu-se com a exploração dos trabalhadores urbanos. O capital financeiro deve a sua origem à expansão aos bancos, à formação do mercado-mundo e à gestão dos negócios mundiais. Lucro, acumulação de riqueza, controlo da produção e da expansão dos negócios: eis os pilares burgueses. Mercantil, industrial e financeira, a burguesia teve sempre uma íntima ligação com o Estado. Prossigo mais tarde.
Imagem reproduzida de um blogue e de uma postagem de Novembro de 2010 intitulada "Transnacionais avançam sobre Moçambique",  aqui.
(continua)

1 comentário:

ricardo disse...

Compreendendo a origem do problema...

http://spesgaudium.blogspot.com/2010/11/o-primeiro-dia.html

In memoriam, magister dixit!