19 agosto 2010

Do óbvio ao desvio

Múltiplas coisas são desviadas das aplicações previstas no país e encaminhadas para outras. Temos as nossas antenas cognitivas convencionais preparadas para entender o óbvio e por isso quando em lugar do óbvio surge o desvio, a subversão, ficamos nervosos, desorientados, condenamos e atacamos com veemência.
Reparem: crianças fabricam bolas de futebol com ráfia e preservativos usados ou fazem balões, pescadores usam redes mosquiteiras na pesca, pessoas usam reflectores de estradas para assar castanhas e movimentar bicicletas ou  cabos eléctricos, cantoneiras e parafusos de linhas férreas para a indústria domiciliária de potes, panelas e frigideiras e/ou para venda.
Há, enfim, todo um imenso mundo de fenómenos que urge estudar e relacionar, para além do perímetro vociferante e condenatório.

1 comentário:

Eugénio Chimbutane disse...

Prof.
É redistribuição compulsiva da riqueza do país ... Como quem diz, já que não fazem, tomamos nós próprios a iniciativa... é a tal criatividade pregada em comícios por ai...