22 agosto 2010

Cientistas sociais são "sacerdotes"? (7)

Avanço um pouco mais na série.
Escrevi no número anterior que me iria permitir abordar duas coisas: a mentalidade sacerdotal e a conflitualidade disciplinar.
Vamos, então, à primeira.
Desligados da actividade produtiva física, vaidosamente encafuados nesses templos profanos que são as universidades, os cientistas sociais cristalizaram e cristalizam a consciência de que são seres especiais, fadados a serem os únicos portadores das chaves certas do conhecimento social. Os outros seres humanos são, unicamente, matéria-prima dos seus trabalhos de campo, dos workshops internacionais, dos papers (mesmo se falantes de língua portuguesa dizem papers, jamais artigos; workshops, jamais seminários), etc. O maior orgulho de uma parte significativa dos cientistas sociais consiste em ter um cartão pessoal no qual consta o seu grau divino de PhD. A linguagem desses seres especiais é cultual, cheia de regras, reservada aos templos e seus frequentadores, permanentes e iniciados.
(continua)

2 comentários:

Anónimo disse...

A humildade nunca fica mal a ninguém. Os melhores sábios são os mais humildes e sem quaisquer pretensões.
Existem coisas na vida que nenhuma universidade pode ensinar.
Aprendem-se vivendo e passando por certas experiências.
Maria Helena

Abdul Karim disse...

Sem Duvida, Maria Helena,

Humildade 'e uma qualidade de valor incalculavel,

Infelismente nem todos percebem,

Existem situacoes na vida, em que mesmo sendo Humildes so saimos a perder,

Tudo Bem, prometo comecar a ser Humilde, se alguma vez fui arogante, vao as minhas sinceras desculpas para todos aqueles a quem fiz sentir de alguma forma inferiores, sem querer, ou por desvio de conduta humilde ou ate por furia.

Obrigado pelo concelho e prometo melhorar em relacao a isso.

Afinal amigos sao para ensinar e corrigir-nos quando erramos.

Obrigado mais uma vez.