Interessante verificar como, a propósito de África, se usam paisagens, animais e/ou máscaras sempre ou quase sempre que se anuncia um seminário, um livro, um programa cultural. Como se os africanos mais nada tivessem ou fossem senão fauna, flora, símbolos e exotismo. Mas mais curioso ainda é a nossa aceitação, a naturalidade com que recebemos e reproduzimos os clichés. Entretanto, permitam-me sugerir confiram a minha série com o título Somos natureza, aqui.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
4 comentários:
A culpa é nossa.
Um escritor de Tete, autor de Xingondo, uma obra que ainda não li mas que gostaria, colocou na capa do seu livro a fotografia de uma criança branca. Críticas não faltaram. Foi crucificado o meu conterrâneo.
É um bom assunto este.
Zicomo
Entretanto, essa "fauna e flora", das quais devemos também nos orgulhar, estão correndo risco: por culpa da nossa ilusão de crescimento e desenvolvimento económicos.
Por outro lado, talvez a mediatização desse mozaico natural esteja expressando uma admiração daquilo que os "outros" gostariam de ter, mas não tem, infelizmente....
...interessante! De facto quando se està na Europa, as perguntas tem o mesmo rumo que o exposto neste post.
Algumas pessoas o fazem por uma mera ignorancia, outras movidas pelo que a Televisao mostra sobre a Africa e outras ainda para uma provocaçao.
Voces convivem com os leos e nao vos fazem nada? (é uma das tantas).
Proxima vez vou acentuar!
Sao os xiconhocas e outros chefes de estado actuais africanos que construiram essa imagem de Africa, e obviamente que os sangue-sugas e indomaveis tiraram e tiram o maior proveito disso,
Transformando o activo Africano ( seu Povo, Natureza, Cultura e Historia ) num passivo crescente,
Xiconhocas que saem pra fazer marcas de paises, de estados, de instituicoes, quando nada percebem de Branding e desrespeitam o seu proprio ser Africano.
E auto se proclamam "Branding Professionals"... xiconhocas mesmo.
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