Vamos lá avançar um pouco mais nesta série.
Escrevi no número anterior que a nossa vida é uma contínua gestão de diferenças de muitos tipos.
Isso é socialmente natural. Ou naturalmente social, como desejardes.
Os problemas começam a surgir quando entendemos que as diferenças devem ser hierarquizadas, quando entendemos e defendemos que há entidades superiores e inferiores, que há seres melhores do que outros e que por isso são merecedores de benesses ad infinitum, quando entendemos e defendemos que as injustiças históricas só podem ser corrigidas com novas injustiças. Esses não são problemas naturais, não são problemas genéticos: são problemas socialmente nascidos e inscritos nas relações sociais, na disputa por recursos de poder.
Escrevi no número anterior que a nossa vida é uma contínua gestão de diferenças de muitos tipos.
Isso é socialmente natural. Ou naturalmente social, como desejardes.
Os problemas começam a surgir quando entendemos que as diferenças devem ser hierarquizadas, quando entendemos e defendemos que há entidades superiores e inferiores, que há seres melhores do que outros e que por isso são merecedores de benesses ad infinitum, quando entendemos e defendemos que as injustiças históricas só podem ser corrigidas com novas injustiças. Esses não são problemas naturais, não são problemas genéticos: são problemas socialmente nascidos e inscritos nas relações sociais, na disputa por recursos de poder.
(continua)
3 comentários:
Isso chama-se sistematizar. E pode ate ser positivo para compreender melhor a origem do problema global.
Mas como se prova, sistematizar tambem tem regras. E elas devem ser normalizadas, convencionadas.
Para o entendimento comum.
No nosso caso ja nao 'e possivel convencionar-se internamente... talvez seguindo convencoes globais... os tais direitos universalmente aceites como :
- Direito vida.
- Direito educacao.
- Direito a usar intelecto.
- etc.
... e nao 'e mais possivel convencionar-se internamente... por os que estao no poder... nao tem capacidade de convencionar o que quer que seja.
mas ate ai... o direito a vida pode ser discutivel... e acho que a pena de morte... ainda que contrario ao Direito universal 'a vida... podera ser valida... mesmo para se salvaguardar a vida de milhoes de inocentes.
Eu so posso analisar este episodio da serie que vem publicando da seguinte maneira:
A primeira parece que o prof. esta a reincarnar o espirito das grandes figuras biblicas (em especial Jesus Cristo), quando faz parecer que seria possivel reparar uma injustica com uma justica (quando te batem numa face, entrega a outra).
Mas num segundo momento o prof. cai na real e mata a charada: O cerne de todos conflitos sociais e principalmente politicos, e' que sempre vivemos num contexto de escassez de recursos. E o que explica o facto de ser na politica onde ha mais conflitos, e' que o poder politico e' um recurso rarissimo, que so' pode estar nas maos de um numero reduzido de pessoas.
Penso que qualquer pensador que queira trilhar a area das Ciencias Sociais nao pode em momento algum pensar que vai encontrar um espaco social esento de conflitos. As normas, os juizos, as leis, etc sao o resultado da supremacia de uma ideia (ideologia) dominante sobre as outras. Dai que e' dificil atribuir ao conceito "Justica" um caracter universal e "omnitemporal"
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