Homem de direita, Sarkozy não hesitou, porém, na campanha eleitoral para a presidencial francesa, em surpreender os seus adversários apontando como seu guia político o comunista italiano António Gramsci. "É com ideias que se ganha o poder" - afirmou.
Não estou certo de que a frase seja gramsciana (e mesmo que seja não representa a linha dorsal do pensamento político de Gramsci), mas o importante é que Sarkozy citou o homem cujo cérebro (recorde-se, a talhe de foice) era necessário "impedir de pensar por vinte anos" na óptica do fascismo italiano de 1926.
E o fez numa estratégia plural, na qual a luta contra o que chamou imobilismo e inércia dos seus antecessores (o deixar-andar de Guebuza) devia fazer-se em múltiplas frentes de actividade.
O Estado é fundamental, claro, mas há limites para aquilo que o Estado pode fazer. Os Franceses deviam estar claros de que a França que se levanta cedo e trabalha muito não podia tolerar mais a França que se levanta tarde ou que, mesmo, nunca se levanta e que dorme e nada faz. Era preciso que todos trabalhassem, que todos abandonassem o fatalismo e o costume da mão estendida, que todos acreditassem em si-mesmos * (recordemos a auto-estima do alfobre ideológico guebuziano). No nosso país, em recente presidência aberta (que é sempre uma antecipação eleitoral), não fustigou Guebuza a preguiça moçambicana, atribuindo-lhe a responsabilidade pela pobreza e pela fome que afectam muitos de nós?
O Estado é fundamental, claro, mas há limites para aquilo que o Estado pode fazer. Os Franceses deviam estar claros de que a França que se levanta cedo e trabalha muito não podia tolerar mais a França que se levanta tarde ou que, mesmo, nunca se levanta e que dorme e nada faz. Era preciso que todos trabalhassem, que todos abandonassem o fatalismo e o costume da mão estendida, que todos acreditassem em si-mesmos * (recordemos a auto-estima do alfobre ideológico guebuziano). No nosso país, em recente presidência aberta (que é sempre uma antecipação eleitoral), não fustigou Guebuza a preguiça moçambicana, atribuindo-lhe a responsabilidade pela pobreza e pela fome que afectam muitos de nós?
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* Leia o excelente Le Monde Diplomatique deste mês, pp. 8-9.
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