"Assim vivemos nós neste calvário e remamos contra a maré, porque os que nos representam ainda são aqueles que pensam só no presente. Amealham riqueza e revestem-se de bens de ostentação sem pelo menos investirem para, de alguma forma, fazerem com que outras pessoas possam ter por onde começar.
E assim a pobreza vai se reproduzindo e o país fica cada vez mais com as saídas limitadas. Moçambicanos, pedir não é per si um acto mau, porque o homem em sociedade vive em complementaridade. Mau é perpetuarmos voluntariamente a condição de pedintes."
Regressado ao país, recomecei a visitar os nossos jornais. E lá fui eu bater à porta da Olívia Massango, como é meu hábito. Daí o extracto acima.
Se a situação fosse vivida em França, o presidente Sarkozy teria afirmado que a mendicidade tem origem genética, tal como o homossexualismo (voltarei em próxima oportunidade a este tema tão controverso do inatismo e que tanto debate tem gerado em França).
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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